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Fome de que

Eles não veem novelas, se enovelam em novelos humanos; não velam só revelam a novela humana em novenas sacroprofanas. Júlio César de Carval...

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terça-feira, 10 de março de 2020

Quem pode perdoar?


          Nesse mundo cris Tão, onde o pai-deus na sua onisciência determina o ponto A e o ponto B e não acha tempo nem desejo para cuidar dos intervalos, por isso grandes templos são erigidos em seu nome; estrategicamente instala um livre arbítrio cujas escolhas embora possam ser escolhidas, são ditatoriais, pois não tem como não escolher, o passo já está dado. Pergunto: Qual a estética do pecado que merece perdão, imaginando sempre que os pontos de entrada e saída já estão determinados, as escolhas já estão feitas, podendo ser dramatizadas de variadas maneiras durante esse entre meio? E na escolha que já está feita, posso escolher variáveis que em função da onisciência do pai-deus, também já estão determinadas, existe o pecado e suas variantes estéticas? A espécie humana, em transição, que ainda têm instaladas no seu ânima ou intimo a virtude e a barbárie, tendo o apetite do corpo como seu maior aliado, pode se apropriar da pureza, que não tem, para obter o certificado divino que lhe concede o direito de ao outro perdoar?
          Navegamos em um solo dantesco, embarcados em uma canoa furada, já fazendo água, longe das margens, assediados por bilhões de almas contidas. Infartadas. J

Júlio César de Carvalho Jota


domingo, 8 de março de 2020

Constructo


          Sem conversa lascou, você está equivocado, poderia ter sido um “olha eu penso diferente”, mas não, alí, quem falava era aquela arrogância involuntária de uma espécie de historiador abrindo várias caixinhas ou lendo um telepronter de livros já desencaixados. O lance é que se existe o outro o mim está mais do que aceso com seu constructo sendo formado, regado às vezes com certo exagero, com todos os temperos extraídos do mundo que está fora. Uma auto alienação temporária e necessária, para em algum instante materializar a massa afinada e resistente resultante desse exercício incansável do Espírito, que vai e volta vezes infindáveis,  para ser passada na fieira de tijolos do nosso individual edifício humano em lenta construção. 
        Vivemos momentos de estranha mobilidade, onde tudo é muito rápido, mas não existe deslocamento. Dai quando digo que gosto das ruas, calçadas e botecos, há um estranhamento, pois dizem que o único fórum disponível para dizer dos nossos contraditos é uma rede!? J
Júlio César de Carvalho Jota

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Trogloditas


A necropolítica dos Trogloditas. Por mais boa vontade que alguns poucos (trogloditas) possam ter o resultado sempre será uma auto implosão, pois por mais esforços que façam não conseguem minimamente manter o caminho da virtuosidade, a fábula não perdoa. Começam degolando o rei para nomearem um outro rei que degolam também.
Adotam aquele sistema bem antigo onde cada um é rei de si mesmo no qual o mais forte, o mais armado (menos amado, será?) vai subjugando o outro, sacomé? Mas como não têm paciência acabam matando (ou comendo, tudo pode, sei lá!!??) aquele que poderia ser um precioso escravo.   
Essa ação determina o seu desaparecimento, pois esses movimentos não são praticados contra uma nação inimiga, mas entre eles mesmos. Uma fábula que esperanceia os que observam de longe com monóculos e manchados com excessiva assepsia (nem imaginam ou imaginam!?), só na moita, como sempre foi.

Júlio César de Carvalho Jota

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Hippies de bom coração.

          Nasci numa sexta feira santa (03/04/53); as 18h00min; hora da procissão; enquanto as matracas batiam, compassadas com as pisadas duras das botas, assustado, penso, dificultava a saída de dentro de Maria. Me envolvi com a encruzilhada do morro do mendanha, numa dialética interessante. Cultivei hortas, daí a paciência pela colheita. Vi Mauro Borges entrincheirado em plena praça cívica cercado por tanques sherman não se submeter. 
          No nascedouro dos 60, o começo contra o racismo; o feminismo ganhou força; a explosão mágica de 68 inspirados por Marcuse, Marx, Sartre, Simone de Beauvoir e outros criticou-se o que já era; a Primavera de Praga; ascensão e morte de Luther King.
          Em 1969 mais de 800 mil jovens conviveram entre si por mais de três dias, em paz e harmonia. Ao mesmo tempo em que criticavam o capitalismo, não apoiavam o autoritarismo dos regimes socialistas. Os movimentos feministas se fortaleceram, o Black Power, a liberação gay ou o início do movimento por uma livre opção sexual.
         No Brasil ingênuo, estudantes e sindicalistas lutavam contra o "golpe"; surge a Tropicália e o ato Institucional no. 5, Brasil Tricampeão: “Ame-o ou deixe-o”. Enquanto Europa e América ampliavam suas conquistas políticas e culturais, éramos impedidos, por estes mesmos, de que o mesmo acontecesse conosco.
         Viajei este mundão velho de mochila; pegava carona e dormia onde desse; uma confiança extremada de que todas as “portas se abririam para um hippye de bom coração”.
          E o Brasil(Nós)? Continuamos ingênuos, os fatos se repetem com muito mais ousadia acobertados por uma névoa, uma fumaça que desenha contornos de uma falsa moralidade, avalizados por institutos sem credibilidade nenhuma.
          Afundamos na ignorância, o Estado transformou-se em um conveniente labirinto, com vários outros labirintos em seus corredores, intransponíveis, não sabemos nada, não temos acesso a nada. Somos diuturnamente enganados.
          Financiamos esse monstro compulsivamente, um vício, compramos e nos vendemos o tempo inteiro, completamente amassados pela falta de massa pensante, deixamos a tempos de estar sociedade de consumo para ser sociedade de mercado. A Vida se tornou um vício que nos imobiliza, estamos mortos?
“...portas se abririam para um hippye de bom coração.”. Agora quando.

Júlio César de Carvalho Jota




sexta-feira, 14 de junho de 2019

Ignorâncias.


A ignorância determinada é uma bomba com efeitos devastadores. O sujeito ignorante não tem noção de limites, o conceito no sentido da governabilidade de si ou de quem representa, quero dizer. Não sabe o que é tratar com  diferentes mundos individuais ou coletivos, o próprio inclusive; tem a cintura dura. Não reconhece que fez uma escolha desajustada, pois não percebe o passo que leva a uma boa escolha por absoluta incapacidade de navegar pensamentos que causariam a possibilidade do entendimento.
Sempre dogmático, entronizando um deus que no seu imaginário vai proteger e atender todos os seus desejos; orando sempre para independente dos meios sejam todos materializados. Essa oração, que é silenciosa, credita a esse deus a realização das suas mais profanas vontades. Essa parceria “divina” cria uma espécie de imunidade e com deus de escudo imagina poder absolutamente tudo.
Deus aparentemente perdeu o controle, abandonou o céu, deixando Anjos e Serafins acabrunhados. 

Júlio César de Carvalho Jota




quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

O messias.




          O messias com seu jeito tosco atraiu para ele parte grande que preferiu voltar no tempo e de bom grado ignorar a ciência ou qualquer conceito advindo de suas pesquisas para se submeterem a explicações mitológicas, foi fácil para ele, afinal essa parte não gosta muito de perguntas difíceis, preferem respostas agradáveis vindas de algum representante da divindade. 
          Neste jogo, paradoxalmente, arrastou todos para o mesmo nível na conversa, inclusive os que se opõem e imaginam, alguns, terem uma potência intelectual acima da média e da maioria. 
           De certa forma foi interessante, voltamos bem no tempo, a infância da política. Pode ser que aprendamos juntos, sempre pensando que os talentos, embora todos os tenham, e, de acordo com a vigência agora na república do velho testamento, parece que eles não leram essa parte, Deus quando nos criou não distribuiu os talentos de forma equânime, existem diferenças brutais que precisam ser observadas quando o mito for explicar meritocracia. Senão voltaremos também às práticas dos sacrifícios no alto das montanhas, jogando lá do pico todos que de alguma formam nascerem diferentes. 
          O presidente está fazendo exatamente o que disse que ia fazer. Copiou o modelo de 64, proteção à família, a propriedade e aos bons costumes, tendo o mesmíssimo tipo de apoio da tradicional e conservadora “família brasileira”. Até no viés ideológico a coisa emparelha, está optando pela América liberal de Trump, entregando todos os anéis e os dedos como bônus, permitindo base americana, ao invés da “Rússia comunista” do Putin, que faz manobras em território venezuelano, do Oriente médio e suas 1001 noites, nessa nova/velha guerra fria que descongela. Só que existem novos protagonistas que vão fazer perguntas mais complexas e o pt já morreu - a não ser que faça um mea culpa e ressuscite - não pode servir mais de ancora de vidro para justificar incompetências do profeta e seus discípulos. 
          E a oposição que é representada por parte significativa dessa sociedade tem que dizer exatamente o que quer. Começando por não mais admitir ser só um número nas estatísticas de apoio, sem voz, muda, ignorada por seus procuradores. Exigir o término dos miseráveis conchavos para só manter o poder e cadeiras no oitavo escalão da República.
              Pé na calçada, encher as ruas quando necessário, transpirar pela boa palavra e poder dizê-la com a mais plena liberdade. É isso... Ser contaminado pela poeira, sair do sulco, do facão da estrada, da sala climatizada a 17º.
                No mais petralhas e bolsominions já encheu né.


Júlio César de Carvalho Jota

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Pensar é muito bom, experimentem


           Quem financia são os barões do agro, mais produtoras de máquinas, de equipamentos, de insumos, IA, despachantes de luxo. Os barões do agro financiam todos, mas as regras mudaram e não tem como fazer tão abertamente as “doações”. Então tinham que escolher um bolso qualquer que prazerosamente com alguns regalos se submetesse. Mas legitimar é preciso, para isso teriam que usar e abusar da tal da democracia. 
          O país incendiado por entes que não cumprem o seu papel e que tomam decisões já engendradas para saquear e causar desconfortos desnecessários para o povo torna-se presa fácil encaixando-se com precisão no projeto. 
                Divididos os brasileiros vão sendo contaminados por discursos que atingem direto o córtex de uma grande parte de ingênuos da boa gente brasileira, que têm dificuldade de cognição, que prezam a TFP, colaboram com o dízimo e  acreditam que com violência vamos eliminar a violência, restará a boa violência dos bons, estes são o combustível que pode com a sua queima permitir o sucesso e materialização do projeto, junto a estes têm os que se utilizam covardemente da situação para manter um status quo que lhes são facultados apoiando esta situação. 
               Os financiadores são quase alienígenas que se divertem acumulando ouro em potes, e o arco íris até mostra as suas localizações, mas os ingênuos, entorpecidos continuam queimando. Caiu no colo destes indivíduos um sujeito com um currículo impecável; dificuldade de formular pensamentos, cabelinho penteado para o lado, parecido com o do alemão, duro com as mulheres, gays, negros, pobres, índios, falante, diz coisas que esses “ingênuos” gostariam de falar, mas ainda tinham nas suas configurações algumas restrições; canta o hino americano e bate continência para qualquer ianque. Já recebeu ordens para não mexer na Lei Kandir, nem taxar grandes fortunas, nem os dividendos dos patrões banqueiros, Vai privatizar nossas matrizes de energia e os nossos bancos; emburrecer o nosso povo dificultando ao máximo exercícios de cognição com os pequenos do ensino fundamental e médio, eliminando da grade matérias que auxiliam a criar massa critica, ensinando a pensar.  
             Os que financiam esta tragédia brasileira, tal como deuses, habitam um olimpo qualquer desse universo e não sabem que existimos, para  eles somos só um tabuleiro, um jogo divertido, que jogam chupando pirulitos. Os que flutuam no entorno imaginam poder um dia lamber um pirulito, também são ignorados, não percebem, se contentam com a gosma que pinga em suas bocas enquanto imploram para manter a condição de acumular e financiar vícios novos que vão surgindo, também não se preocupam com o país. 
                Impressionante é que estes últimos têm belas famílias, será que os filhos fazem perguntas ou já estudam em escolas que eliminam esse constrangimento.  Jota pensando, é bom experimentem.

Júlio César de Carvalho Jota.

domingo, 6 de maio de 2018

Ideias



Esse lance da ideia em algum momento é interessante na elaboração de projetos que nas Cidades imaginamos poder estruturar e melhorar a vida das pessoas, mas não sou tão platônico assim a ponto de pensar que o real é a ideia, estou mais para Aristóteles, Bacon, Hobbes, Locke, que colocavam as ideias para suar correndo na pista da prática. Quando a ideia materializada e desvelada logo após se transforma em um gás nem tão inodoro assim, deixa rastros, tenho que pensar qual foi e o que provocou a intenção de executá-la. Quando o nome é muito maior que uma sigla e representava e representa ainda milhões de pessoas me pergunto, qual a cena que não foi minimamente representada e por quê? Fico aqui pensando deve ter sido penoso as selfies com aquelas figuras; pisar o lodo pantanoso que eles pisavam, mas fomos nós com  as nossas escolhas o obrigamos a isso; daí no chão craquelado cada passo é uma armadilha. Mesmo assim penso que coisas boas aconteceram para quem precisava e os baús daqueles que já estavam cheios, transbordaram. Penso que romantizar uma ideia a ponto de transformá-la em adesivos que posteriormente serão apropriados pelo mercado definitivamente não é uma boa ideia.

Júlio César de Carvalho Jota

domingo, 22 de abril de 2018

Uma conspiração da mediocridade


               Uma conspiração da mediocridade. Conversando, ouvi sem mais nem menos “ mas eles queriam transformar o meu Brasil em um país comunista, socialista, em uma Cuba, Venezuela”, interessante que eles nunca falam da China. Caí na ingenuidade de querer explicar que Comunismo e Socialismo na acepção do conceito eram utopias, sonhos inalcançáveis ainda imaginados por alguns; que no grande latifúndio e no mega rentismo que o país escolheu como modelo as coisas só beneficiariam e beneficiam os moedistas e que em algum momento com os avanços tecnológicos, a fome de lucro, o aumento da largura do fosso entre as classes e a insegurança jurídica com leis sendo mudadas a todo momento de acordo com o humor de quem manda no mercado, a corda iria romper para uma grande parte daqueles que se imaginam em um concurso com estabilidade garantida e uma aposentadoria nas montanhas geladas do Himalaia. 
             Mas não entendem, olham para o próprio umbigo; não aprenderam aquela máxima que a autopreservação passa necessariamente pela preservação do outro. Aí me vem a chamada da vênus platinada “que país você quer para o futuro”, neste jogo o futuro esmaga qualquer tentativa de fazer aqui e agora. J


Júlio César de Carvalho Jota

sexta-feira, 23 de março de 2018

O gado humano


          Em fila, corredores climatizados, música ambiente, de preferencia clássicos da música erudita passo lento, aparentemente bem tranquilos, relaxados, um olhando a bunda do outro, melhor, o rabo, depois um banho com hidro, de repente o tiro sônico final ou uma martelada fatal, que antecede a degola; dizem os terapeutas de boi para o abate - isto melhora muito a qualidade da carne, torna-a bem macia; são animais de uma certa estirpe, diferenciados, bem alimentados, peso bom, acima do limite. Vão ser esquartejados até a mínima peça e servidos nas mesas mais caras. 
       O gado humano de fino trato também não esta fugindo dessas características, têm seus terapeutas para mantê-los relaxados nos corredores da redoma, de quatro; quando recebem o tiro fatal e posterior degola que retira o pouco de sangue que ainda resta, pedem que suas partes sejam jogadas nas montanhas, lagos ou pequenos córregos que navegam pelas florestas; reencarnam-se momentaneamente para autografar autobiografias, retornam etereamente. 
      O gado comum continua sendo morto nas pequenas mangas de currais de madeira roliça, um ritual que culmina em uma sangria no pescoço, o abatedor levanta a faca desfere um único golpe e dança, enquanto o animal se debate muito, depois vai morrendo lentamente em cima de um pequeno rio de sangue, cerrando os olhos devagarinho, com aqueles cílios enormes, marcando todos com seu olhar; também vai ser esquartejado ate a mínima peça só que servido nas bancas da periferia. 
        E assim é com a massa do gado humano comum, sem direito a corredores climatizados, musicas para relaxar e abatido vai largando suas partes nas ruelas e becos empoeirados sem direito a biografia. Mas as partes largadas vão marcando paredes com uma tinta difícil de lavar. 
        Abandonar o sulco, sair do facão, do veio, arrebentar com os corredores, começar o dia com o pé esquerdo... É preciso

Júlio César de Carvalho Jota


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Gentrificação


               Lembrando da Alemanha que tentou em várias ocasiões reinar lá no trecho dela, culminando em duas guerras mundiais; recentemente conseguiu com um bocado de conversa mole e vaselina colocar todos de joelhos.
Mas este assunto é para falar das favelas dos morros cariocas transformados em antenas que atraem todo tipo de especialistas, em segurança nacional, direitos humanos, politicas públicas de inserção e muitas outras especialidades. Só não conseguem me explicar o local que estão as lavouras das folhas de coca, de canabis e lógico a indústria que transforma tudo isso em produto final; onde está o parque industrial bélico fabricante dos fuzis e dos armamentos pesados que circulam no pedaço. E por gerar um PIB marginal enorme, maior que o PIB legal tem que ocupar um território imenso. Digo isto porque a impressão que fica quando mobiliza-se as forças de defesa nacional para atuar naquele espaço é que tudo acontece ali, a produção primária, sua transformação e consequente distribuição. Parte da distribuição acontece ali, mas as outras etapas não. Estes produtos entram pelas fronteiras, portos, aeroportos, rios, etc .; estas forças tinham que estar atuando nestes lugares. Se as politicas no Rio estão corrompidas a ponto de gerar descrença total em todos os seus entes, mormente o que cuida da segurança, o Rio tem que resolver isso.
Mas vocês sabem quanto custa o m² na favela do Vidigal, por exemplo, a bagatela de R$9.000,00, a da Rocinha também. Essas duas especificamente tem um potencial turístico muito grande em função da maravilhosa visão que se tem do Rio, visto do alto destes locais. A legislação que trata do uso do solo e ocupação sofreu pequenas mudanças. A indústria da construção e turismo tem olhado com muito interesse o local; o  Vidigal por exemplo sofreu ressignificações e vários empresários estão ocupando as lajes, fazendo da favela uma favela que a elite frequenta.
Desde 1940 o Rio tenta a desocupação dos morros sem sucesso; a ultima tentativa foi no final da década de 1970, mas com o engajamento da classe cultural não conseguiram, nunca mais tentaram pela força. Quando vieram as UPPs os preços dos imóveis subiram muito, imaginem agora. Um processo de gentrificação se desenvolvendo usando como pano de fundo esta violência que existe, mas que serve a muitos interesses. Será que os generais estão percebendo isso ou cansados da monotonia dos quartéis optaram por fazer manobras com tiros reais. Só que é muito engraçado ver o recruta pedir para o “cidadão abrir as pernas” e daí percebo que se o treinamento começa neste nível é sinal que a coisa vai ser longa ou quem sabe até o mega mercado da alvenaria estiver com o projeto pronto, incluindo aí a compra dos “barracos”. 

Júlio César de Carvalho Jota



sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Desapropriação já

          Os parlamentos, municipais, estaduais, federais e a nossa corte têm que deixar de acreditar que ser uma ilha cercada de lobistas é um bom negócio. Por outro lado nós cidadãos não podemos mais aceitar financiar esta farra; começando pelo salário destes senhores e todos os seus benefícios; não podemos mais aceitar superfaturamentos; não podemos mais aceitar que a procuração dada através de nossos votos seja substabelecida, a única intermediação possível é entre o cidadão diretamente com o parlamentar que escolheu, sem “terceirizações”; não podemos mais aceitar candidatos a cargos públicos que não tenham projetos definidos assinados e com firma reconhecida nos cartórios, precisamos usar com frequência o recall politico, temos o direito; não podemos mais aceitar um país sem a mínima infraestrutura, com modais de transportes obsoletos, que por sua opção rodoviária  nos torna reféns do refil do petróleo para abastecer a ganancia dos cofres de governos cada vez mais incompetentes, precisamos de mais ferrovias, hidrovias, transportes coletivos de qualidade; não podemos mais aceitar uma indústria que produz só matérias primas “primitivas”, commodities que não agregam nada à nossa vontade de produzir tecnologias, um parque industrial sucateado; não podemos mais aceitar os números cada vez maiores de produção dos grãos da soja que é exponencial e coincidentemente os números de aumento do financiamento através do plano safra também são exponenciais e os barões não pagam icms em função de uma Lei de 1996, Lei Kandir, auditoria já no agronegócio; não podemos mais aceitar que manchetes midiatizem uma mentira “maiores produtores de alimentos”, na verdade o que produzimos em alta escala é o grão soja e o seus agregados, o farelo e o óleo, enquanto isso nossos jovens se auto exportam porque vão extinguindo projetos que financiam as pesquisas em auto tecnologia neste país; não podemos mais aceitar o aparelhamento do Estado por governos espúrios e suas ações que sempre culminam acertos em causa própria que vão minando a auto estima do nosso povo, apêndices cancerosos; não  podemos mais aceitar que o dinheiro produto de corrupção não seja devolvido com todas as correções legais; não podemos mais aceitar que a minoria biliardária tenham suas dívidas perdoadas, que não paguem os impostos, não contribuam com a previdência social; não podemos mais aceitar criança passando fome, fora da escola, sem assistência médica e odontológica; não podemos aceitar direitos trabalhistas usurpados; não  podemos aceitar um povo que não possa viver dignamente depois de findo o seu tempo produtivo; não podemos mais aceitar quando eles dizem do aumento das exportações e importações, contente vou ler o conteúdo daquilo e o  contentamento vira tristeza em um piscar de olhos, a soja e seus derivados, óleo e farelo aumentaram consideravelmente o percentual exportado e ampliamos a importação de insumos(venenos e agregados) e enxofre; não podemos mais aceitar a estratégia de materializar demanda para abastecer com números satisfatórios a midiatização da propaganda do governo, sem dizer que a produção é pífia, quase não existe; não podemos mais aceitar a reeleição desses senhores que fizeram dos parlamentos o seu quintal. O BRASIL É MAIS, É NOSSO, DESAPROPRIAÇÃO JÁ. 
Júlio César de Carvalho Jota


sábado, 11 de novembro de 2017

Não tolerar os intolerantes



          São todos semelhantes, deixam a unha crescer para facilitar a escalada e encravar nas en-costas para dificultar a descida.
          A tolerância com os intolerantes está chegando ao fim, é muita ignorância. Nesta estupidez toda a pior é aquela que o sujeito lentamente, lentamente porque é lento mesmo – o sujeito -, consegue começar a perceber que fez escolhas equivocadas, impensáveis, normalmente este tipo de sujeito não pensa mesmo e quer te usar para justificar as idiotices que ele comete. Mesmo considerando o quão tirânica é a escolha.
          A dúvida chacoalha a cabeça da pessoa, mas a energia que armazenamos para executar este exercício que é o pensamento ela não tem, reservou para suas inutilidades, então usa um estratagema para forçar o outro a “desenhar” a situação com o clássico “me convence então”. Não sou um paladino intransigente da palavra nem do pensamento, mas o saco murchou o giz colorido não esta mais a fim de desenhar historinhas na lousa.

          O passo é que decifra.

          A impressão é que alguns, muitos, vivem flutuando em ambientes altamente assépticos, imunes aos cheiros e a poluição do i-mundo, sapatos brilhando sem pó.
          A linguagem serve para materializar meus pensamentos, mas se é mal interpretada o resultado é danoso. Não estou aqui para convencer ninguém e nem quero, pois esta ignorância toda é banhada por alto grau de “burra” ingenuidade e isso é farto alimento para enganos. Pensar não é só pensar; pensar é pensar de novo, de novo, novo, ovo, vô.

Júlio César de Carvalho Jota

sábado, 21 de outubro de 2017

Corrupção: Banalização do mal

A corrupção para acontecer tem lá sua complexidade, ao contrário do que muita gente imagina. Este pessoal trabalha com orçamentos da máquina pública totalmente inacessíveis para leigos. Operação realizada sob um manto de legalidade à primeira vista difícil de ser detectada.
Não sou especialista neste assunto, só um cidadão cansado de ser roubado. Mas pensando e só pensando podemos tentar entender esta trama, como conseguem resultados exitosos nestas operações de saque do dinheiro público se não existir uma estrutura profissional, com profissionais dedicados e experientes para costurar estas tramas. Um país com índices de corrupção alarmantes desde a descoberta criou demanda para especialistas com escritórios super estruturados para desenvolver e aplicar projetos para este fim. Só assim para entender a devastação causada pela corrupção, no caso brasileiro uma pandemia incontrolável com todas as instituições que compõe o Estado contaminadas e servindo de modus operandi para um ente com milhões de braços, mas não chegamos a sua cabeça, uma abstração, não sei, causador de um  verdadeiro extermínio nas aspirações do povo brasileiro.
Uma pequena introdução para dizer das pessoas que trabalham com este sistema para promover o saque do dinheiro publico através de projetos, como já disse, sob uma aparente legalidade.
Lembrei de uma conhecida a Hanna quando falou da banalização do mal a partir do julgamento, em Israel, de um oficial alemão responsável burocraticamente pelos campos de extermínio que dizia até na hora da sua execução que só estava fazendo o trabalho dele e não se sentia responsável pelo assassinato daquelas pessoas.
Quando falo da corrupção no Brasil e isto me remete ao êxito de seus resultados não posso deixar de responsabilizar as pessoas que através de seus escritórios causam o extermínio das aspirações de um povo e de  sua nação na mesma proporção da que o oficial alemão exercia quando organizava os assassinatos nos campos de extermínio.
São profissionais bem sucedidos, disputados a ouro no mercado, têm boas casas, belos carros, os filhos estudam nas melhores escolas, viajam com certa assiduidade para curtir seus períodos de férias, são bons no que fazem e até fazem julgamentos morais. Mas será que quando olham o entorno tão sofrido não bate um “de certa forma eu sou corresponsável por tudo isso” ou “imagina só estou fazendo meu trabalho”. Fingem ou não sabem mesmo o estrago que ajudam a materializar.


Júlio César de Carvalho Jota

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Da catarse para a mimese

Saímos daquela fase de zumbis catárticos tentando a purificação elegendo alguns heróis para a fase de zumbis miméticos que através de emulação, no sentido bíblico, copiamos para fazer pior. Precisamos descobrir onde foi parar o danado desse intervalo.


Júlio César de Carvalho Jota

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Cidade inacabada cidadão inacabado

          

          A Cidade é o reflexo do cidadão. Cidade inacabada cidadão inacabado. A impressão é que todos e tudo têm um preço; não é uma economia de mercado e sim uma sociedade de mercado.
           Cabe uma pergunta : Até que ponto o tilintar das moedas nos contamina? Pois a reação meia boca de todos os seguimentos desta sociedade tocando um foda-se e individualizando soluções, não se preocupam com o desmanche moral e ético, me faz pensar se o mercado já nos precificou.
          E percebemos a falta de um prumo quando observamos discursos serem repetidos, as mesmas alianças sendo realizadas e ainda são aplaudidos por mentes que imaginamos ter um mínimo de massa crítica.
         Esqueçam as bandeiras, nenhuma delas merecem a nossa atenção. Temos sim que incinerar tudo isto que tomou posse das Cidades espalhando o veneno da amoralidade nas nossas veias.
       Os caciques da redoma só se manifestam quando o dinheiro não chega, quando periga as exóticas iguarias para abastecer um privilegiado estomago.
         Não há um comentário pessoal mostrando a cara; só repercutem falas de terceiros, quando há os comentários são superficiais e por isso mesmo criam um humor mórbido típico deste espaço de "corajosas militâncias" .

Júlio César de Carvalho Jota

terça-feira, 11 de julho de 2017

E N C E N A Ç Ã O

Venho acompanhando os discursos acalorados que são engendrados no parlamento que tratam da reforma trabalhista e da previdência. No caso da reforma trabalhista percebo com o andar da carruagem que os itens que no começo eram tidos como inegociáveis por parte da oposição que são: negociado sobre o legislado, trabalho intermitente, trabalho em locais insalubre para gravidas e lactantes, acordo individual para a jornada 12 por 36, serviço extraordinário da mulher, representantes dos empregados nas comissões de fabrica, negociação do intervalo intrajornada, mas primeiro ouvindo a rádio senado e depois assistindo a TV senado vi que todos deixaram de ser cobrados com exceção do trabalho em locais insalubre para gravidas e lactantes, todos os discursos da oposição repetiam-se falando insistentemente na não aceitação deste artigo do projeto. Uma discussão acirrada durante tanto tempo terminar, assim, em uma capitulação absurda, lutando por um único item que as mulheres não estão preocupadas com ele, de acordo com comentários, as mulheres querem que seja assim porque elas têm um aumento de salário por insalubridade. Me parece estranho tudo isto.
Eles dividiram o senado em várias alas que não comprometeriam o governo independentemente do voto dado e em uma delas o Renan e o Colorido se travestem de paladino dos trabalhadores. Tenham a santa paciência. Tenho conhecidos, pessoas boas, de bom coração, capazes de um pensamento critico, que acreditam neste movimento bem marcado neste teatro parlamentar. Todos já sabiam e sabem do resultado.
Tenho um pensamento que Lula 18 foi todo pactuado no sacrifício de Dilma 14, acordado inclusive com ela, (foi perceptível o afastamento de Lula do governo Dilma) o famoso tudo pela causa que ia deixá-los no poder ate 2026 com possibilidade de fazer mais uma sucessão, só bastava que o governo Dilma fosse caótico, despencando até 2018; isto com o consentimento do pmdb, só que eles (pmdb) roeram a corda, seguiram com o plano, mas com a diferença do impichamento da Dilma que não estava no roteiro. Tiveram êxito colocaram o Temer. Mas a coisa fugiu do controle e embora tentativas de tirar o Lula do jogo tenham sido executadas, sem êxito ainda, tenho a impressão que estão considerando novamente Lula 18...E N C E N A Ç Ã O. Doido isto, né não!


Júlio César de Carvalho J

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Lobistas do Povo

A coisa funciona com olheiros; observando descobrem qual ente dentro da máquina estatal - não importa tamanho nem importância - pode dentro do seu orçamento e emendas ser capaz de, com facilidade, ter parte do dinheiro designado para a pasta desviado através de atos de corrupção. Detectada esta janela de possibilidades, uma equipe de especialista na área de atuação daquele ente é formada e um projeto minucioso de como subtrair o dinheiro elaborado.
Posteriormente, com o projeto pronto, outro braço da “empresa”, o de vendas, passa a oferecê-lo a prováveis interessados cujo óleo contaminado já escorre pelos cilindros desta máquina. Imagino que neste momento negocia-se o financiamento de campanha, não interessa nomes, só a condição de psicopata amoral que vai ser o gerenciador deste saque; ancorado por marqueteiros e pesquisas tem a sua imagem lavada e quase sempre é eleito.
É só um roteiro ficcional para em poucas  linhas dizer que não se preocupam com o povo, com quem votou, com o País, o único interesse é a pilhagem, o saque. Por isso não posso aceitar este papo de para gerar governabilidade uma aliança espúria têm que ser feita, onde dezenas de legendas tem seu canalha de plantão que espetam com suas lanças envenenadas qualquer um ou qualquer coisa que queira sair desta trilha sulcada.
Não penso que exista alguma figura neste meio politico que esteja acima de qualquer suspeita, a fase da idolatria já passou faz tempo. Rasguei todas as bandeiras, e os selfies emocionados joguei na fogueira; não quero mais essa intimidade.
Exijo que cumpram sua tarefa de “lobistas” do povo, porque de agentes que gostam de antessalas e corredores procurando lucro para seus clientes este país está lotado. Desocupem ou serão despejados.J


Júlio César de Carvalho Jota

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Invisibilidade-Gentrificação-Ilha da banana

No semáforo, quando abaixamos um pouquinho o vidro e entregamos aquela moeda geladinha sem olhar para a cara do sujeito compramos momentaneamente a nossa consciência.
Falam em invisibilidade, mas ignorar não causa invisibilidade, só não se esforçam pra fazer parte de uma provável solução. Como uma coisa pode ser invisível se todos convenientemente se apropriam dela, o Estado e seus governos ávidos por discursos que se valem destas situações para venderem seu peixe, neste caso especifico podem usar as palavras que mais se ouvem nas campanhas eleitorais fáceis nas bocas destes que adoram problemas permanentes que retroalimentam seus discursos: segurança, saúde e educação. A Academia com seus artigos e é ventos que por mais bem intencionados que sejam não causam um fato relevante sequer para um possível movimento de solução. Aqueles que se valem destas imagens para roteirizar grandes enredos, tirar fotografias que não de propósito, mas sem querer querendo estetizam a miséria ganham prêmios, participam de festivais, mas não existe a materialização de uma solução, mínima que seja.
O gestor estrategicamente pensa que todos reunidos em um trecho especifico da Cidade, já em si, é um magnifico controle, evita “intervir”; e o controle não é só dos habitantes da ilha, mas de toda a cidade, pois aliado à mídia veicula notícias que provocam o medo, o auto confinamento; esta atitude vem a calhar porque os habitantes do lugar também não querem sair; tem tudo ali, os que abastecem, os que compram, os que se escondem, pequenas apropriações forçadas podem ser feitas, pois o fluxo de pessoas é intenso, são vários semáforos.
Não existe desumanidade, não somos alienígenas, todo processo que produz virtude ou barbárie é totalmente concebido por nós humanos. Não podemos nos contradizer pedindo dignidade para as pessoas ao mesmo tempo que não aceitamos que elas saiam daqueles escombros, isto não faz parte do acordo que todos temos com a Cidade e infelizmente a cidade não esta cumprindo a sua função que é promover o encontro dos diferentes e das diferenças, para isto inventamos a Cidade. Em situações como esta, a da ocupação, o que existe é sobrevivência, difícil, mas pode até ser que aconteça, o afeto, a educação.
Moro aqui há 37 anos, tenho imagens do final da década de 80 com atividades de recuperação do Morro da Luz, no final da década de 90 o Júlio Mariano participou de um trabalho de final de curso que dissecou o Morro da luz e a sua história, tenho fotos, VHS, tenho o coração do Morro, em todas as ocasiões festas monumentais aconteciam, mas a ressaca não tardava, pois ficava quem gostava realmente do Morro.
Sinceramente a Cidade merece que o que estava projetado, há décadas, se materialize: a integração da igreja, com o Morro da Luz e o trecho da ilha da banana, uma grande praça, onde todos, eu disse todos possam rela(r)cionar-se. A Cidade precisa cuidar bem dos seus citadinos e cuidar dos habitantes da ilha da banana é primordial, são pessoas que passam por situações que a própria Cidade e suas promessas não cumpridas provocam, as desestabilizam, por isso momentaneamente vivem nesta situação.
Um conceito, a Gentrificação é utilizado de modo equivocado, em minha opinião, para tentar explicar esta ação de reintegração. Não está sendo provocado um movimento que violente as praticas culturais do local, só se a regra for morar em escombros, consumir drogas (ainda não foi aprovada uma lei que libere as drogas e determine locais para o consumo) e uma possível ocupação do trecho por mega projetos imobiliários que vão beneficiar uns poucos, nada disso esta acontecendo ali, até mesmo porque à área para execução de um projeto que privilegie o lucro é muito pequena; lucratividade como sempre é a do tráfico e das ações adiadas do mau gestor. É um bom assunto, gosto muito e vou continuar esmiuçando-o.

Júlio César de Carvalho Jota


quinta-feira, 25 de maio de 2017

Sobre manifestação em Brasília em 24 de Maio de 2017

Observando pessoas falando da depredação do patrimônio público, que quebraram vidraças, incendiaram, mas pergunto o que simbolicamente representam esses palácios que há décadas só servem para abrigar ratazanas que corroem o verdadeiro patrimônio público que para mim é o SUS cada vez mais forte e poderoso atendendo a população em todas as áreas para o conserto humano; é fortalecer professores dos ensinos fundamental e médio que são pilares para estruturar as entranhas do individuo transformando-o em sujeito questionador; é gerar mobilidade para que possamos ir e vir seja lá de que forma for, a pé dando o passo, de skate, de ônibus, de trem, de avião , com segurança seja a hora que for.
Estes predinhos que têm 58 anos de idade, que de certa forma atrasaram o país no seu desenvolvimento pela negociata que Juscelino fez, empalando nossos modais de transportes e entregando-os  aos pneus de montadoras que até hoje não potencializam resultados de empregos neste país. Estes predinhos são muito jovens e infelizmente as escamas que o compõe, ainda poucas, não tem muitas histórias boas para contar. Não fariam muita falta. O que estes ratos roubaram da para construir uns três brasis perfeitos em todos os conceitos. E outra coisa, as únicas vítimas, foram as humanas agredidas covardemente por uma polícia com ranço e saudade da ditadura. Chateado.


Júlio César de Carvalho Jota

terça-feira, 18 de abril de 2017

Publicidade X Piada

Ah! E as agencias de propagandas junto com as empresas de pesquisas que se meteram na política são ou não são coautoras desta lama toda que inunda o país? Temos que pensar o processo todo, afinal as eleições vão continuar acontecendo, tomara né!
A coisa começa ali na câmara dos vereadores de todos os municípios, onde o individuo eleito é responsável, autorizado que foi pelo povo, a criar mecanismos e transformá-los em Leis que beneficiem a Cidade e seus citadinos; junto com eles é escolhido o prefeito cujo eleito será o cara que vai gestar e aplicar estas Leis.
A conversa começa pelos municípios porque são neles que todos os outros cargos serão preenchidos. Esta base politica municipal é que vai criar estrutura para que deputados, senadores e presidente da república sejam escolhidos.
Observo nas campanhas uma briga de foice, onde um vale tudo acontece para que o produto propagado, no caso o candidato, tenha um lugar privilegiado na prateleira, de preferencia à atura dos olhos do votante consumidor.
E neste movimento um excesso de maquiagem é utilizado deformando e desinformando, manipulando cores e palavras, de tal modo que a bula que caracteriza o produto mais pareça um roteiro de ficção.
Aí quando um jovem publicitário que trabalha na politica diz, na sua ingenuidade, “onde nós erramos“ tem um tom de piada, né mesmo!


Júlio César de Carvalho Jota

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Ingovernabilidade

        Com o crescimento do mundo tivemos que fazer algumas concessões, uma delas a mais relevante foi a de doar parte da nossa liberdade natural para que todos, de certa forma, pudessem conviver com segurança e mobilidade com a liberdade que lhes restou.
Faz parte deste acordo obedecer pela ordem, ordem esta materializada por leis que nós autorizamos que se fizessem através de representantes nomeados por nós. Podemos desobedecer pela ordem uma lei quando esta sendo mal aplicada, chamamos isso de Desobediência Civil.
Tudo isto é para dizer que nos sacrificamos muito para viver juntos neste mundo com 7 bilhões de habitantes humanos mais os bichos, as plantas e a metafisica. Paradoxalmente, embora com a liberdade reduzida, autorizamos cada vez mais a coerção, um aperto na liberdade que restou para criar uma ilusão de tranquilidade.
Quando o Estado prende o sujeito e o isola supostamente é porque não cumpriu o trato, mas mesmo assim ele o Estado tem que garantir mecanismos para que o sujeito se integre e volte a tecer laços de sociabilidade.  Não é a situação atual; o Estado não garante o sujeito solto em sociedade nem quando esta preso e confinado. Um período de total ingovernabilidade.
O Estado, ocupado por governos espúrios, faliu e com ele todos os mecanismos que criamos para desenvolver uma vida minimamente juntos também faliram. Acomodados nos auto confinamos cada vez mais e a nossa massa critica passa a ser abastecida e estruturada através de milhões de informações que chegam até nós pelas infovias que quase sempre confundem os nossos sentidos.
Isto facilita a vida daqueles os quais autorizamos a cuidar de todos sem distinção, eles não cumprem o que combinamos e não percebemos, auto confinados que estamos, a real situação que se encontram às Cidades, hoje completamente sucateadas, mas mesmo assim ruas e calçadas continuam sendo o melhor lugar para navegar. As calçadas, ruas, vielas e praças (muito poucas no meu trecho) clamam por nossa presença. À elas então.


Júlio César de Carvalho Jota

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Desordem total

Como já dizia um conhecido, o Jean Jacques, compramos uma ilusória tranquilidade, mas pagamos o preço de uma real felicidade.                                                                                                           Os acordos para gerar governabilidade feitos com os empresários de grandes empresas sem CNPJ (às vezes até tem) não são mais como antigamente, até romantizamos esta memória, quando o interesse era chegar onde o Estado não conseguia e assim levar benefícios para essas zonas desocupadas, isoladas e convenientemente esquecidas.
Com a ocupação do Estado por governos nitidamente amorais, moedistas e infiltrados por lobistas e políticos que representam estes empresários sem CNPJ, aconteceu um enraizamento que permitiu que as tecnologias disponíveis no Estado fossem loteadas e a partir daí serem administradas por estes grupos em benefício próprio. É o crime organizado.
Mas neste momento, aparentemente, perdeu o controle em um dos seus braços, o sistema prisional, para alguns um aterro sanitário de humanos. Onde existe um estoque variado de instrumentos (pessoas) para o cometimento de crimes dos mais primitivos aos mais sofisticados. Estoque este propositadamente elevado para gerar continuamente o stress, como em uma criação de codornas para produção de ovos, não existe uma contabilidade certa para dizer quantos existem, uns dizem 650 mil, mas não têm certeza. Esta situação facilita a execução de qualquer ordem, pode ser considerada como um prêmio.
Várias empresas em uma violentíssima concorrência para tomar conta de 16 mil quilômetros de fronteiras com só 5% de ocupação, grande negócio.
Outra motivação é a privatização deste serviço, presídios, que dizem onde já existe pagam quase 5 mil por detento, outro grande negócio, o duro é que neste negócio o produto é o preso, daí...

Fala do Falcone no seriado Gotham, como pode existir crime organizado em um estado de desordem deste. Jota e a Cidade 

Júlio César de Carvalho Jota


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Mecenato insuportável

          Cansado deste mecenato, de financiar esta trupe que há mais de 500 anos encena esta peça com roteiro já carcomido, tragédias mal interpretadas, comédia que aterroriza. 
          O script é sempre o mesmo “saúde, educação, segurança, seca no nordeste, cheia no sul, o centro oeste com o mesmo monocultor podre de rico e suas monoculturas que garantem o superávit e o norte com a Amazônia “pulmão do mundo não invadida” . 
      Atores decrépitos, alguns com mais de cinquenta anos neste palco, mal conseguem ler o texto, mesmo que já  o tenham repetido centenas de milhares de vezes. Financiamos e somos de alguma forma obrigados a assistir isto diuturnamente. 
        Não suporto mais essa marcação de palco onde todos, eu disse todos, sabem exatamente qual é a sua fala e a mímica necessária para nos manter mesmo em uma aparente rebeldia, alguns, anestesiados; para que tudo permaneça como está mesmo com uma “radical” mudança. 
       Precisamos desflamular a nossa visão, cuidar do mundo, porque o planeta se garante, uma chacoalhada e bye bye  cegueira.

Júlio César de carvalho Jota

sábado, 22 de outubro de 2016

Verdade X Significado

São tantos os canais, aleatórios, e, rapidamente um aparente conhecimento transborda, mas sem o exercício do pensamento a pergunta desaparece; ficamos com milhões de respostas e todas atendem a suas conveniências.
Continuamos a administrar consequências de histórias que quase sempre sequer sabemos do seu nascedouro, vão surgindo, surgindo, abastecendo um já fragilíssimo poço do entendimento.
Não é mais uma questão de setas, o alvo desapareceu, foge do veneno da sua mira. Não tem mais sustentabilidade. Os pilares estão fixados em nuvens.
Muitas verdades, nenhum significado. 

Júlio César de Carvalho Jota

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Iluminem-me

          É um milagre que as instituições funcionem, tocadas por governos que estão sempre em campanha eleitoral, grupos que continuamente se desconstroem para ter em mãos o domínio dos mapas do tesouro público. 
              Os planos começam a serem montados nas campanhas municipais, porque são os municípios que fornecem a matéria prima que vai abastecer todas as arenas institucionais de discussão. Nos municípios escolhemos vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores e presidentes; neste modelo funciona uma usina que expele produtos ad eternum de péssima qualidade que só existem para terem acessos a estes mapas. 
           Não é mais possível manter esta forma onde indivíduos se apropriam destas instituições por períodos indeterminados, ocupando seus corredores, salas e antessalas, obtendo em razão disso domínio total sobre tudo e todos, uma posse amoral. Para todas essas categorias o mandato tinha que ser de no máximo cinco anos, sem direito a reeleição, com eleições unificadas. 
          Não resolve um fora governo sem mudar o modelo. O governo que escolhi teve quase dezesseis anos para promover todas estas reformas, tributária, politica, acabar com a farra dos banqueiros, com a corrupção, fortalecer o nosso parque industrial, gerar infraestrutura para que este país pudesse usufruir de variados modais para sua mobilidade. Se tinha maioria absoluta, aprovação popular, era quase unanime, qual foi o motivo que o impediu de fazer? Agora ficamos nós com cara de tacho tentando defender o indefensável com todas as suas invisibilidades. Vale ou valeu a pena. Iluminem-me.

Júlio César de Carvalho Jota

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Eleições Gerais JÁ

         Se todos são culpados quem julga? Sei que conduta moral não faz parte do Kit quando aportamos no mundo, aquele comportamento contratado de parar na faixa, respeitar o sinal vermelho, ter a criança como base e o idoso como um farol. Mas o exercício contínuo nos faz perceber com muita clareza entre o certo e o errado neste mundo que concordamos em viver, a partir de então nossas escolhas dirão para onde caminha o nosso comprometimento. 
           Volta querida ou fora temer.  De forma conveniente prolongaram por nove meses este parto que embora com longos nove meses vai ser feito, me parece, a fórceps, em alguns casos deixa marcas profundas. 
            O silêncio dos “inocentes” moralistas é que me preocupa, bateram panelas, se paramentaram, com isto materializaram insatisfações várias e de variadas formas, com uma vontade grande de por para fora um pensamento entalado, mas que faltava coragem; com truculência, com falta de conhecimento, e na maioria das vezes com ignorância absoluta culpando os “esquerdismos”, as camisas vermelhas. 
         Quando percebemos, todos,  que tudo não passou de uma encenação que continua a ser encenada, uma longa peça, dividida em vários atos, foi só uma conveniente  bomba de fumaça utilizada pelo corpo de mágicos da trupe para desviar nossa atenção como em toda mágica, de uma má fé generalizada, ficamos desnorteados. 
          Não quero e não penso ser justo o afastamento da presidente Dilma. Mas confesso o meu desencantamento. Estou com o manifesto desejo de Dilma, Eleições Gerais JÁ. 

Júlio César de Carvalho Jota

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Estado Sequestrado

          O que percebo é uma corporação que se apropriou de partes do Estado, partes importantes, fundamentais. E usa todos os mecanismos tecnológicos que o Estado disponibiliza para tocar uma transnacional privada travestida dos uniformes da coisa que é publica. 
         E estes braços que foram sequestrados por serem os que decidem em todas as instâncias blindam uns aos outros, passando para a parte cega da sociedade, com ações orquestradas em conjunto uma impressão de legalidade e plena observância das Leis. 
           E aí propagam que no país as instituições estão em plena harmonia e funcionamento. O que acontece de fato é a  total inexistência de uma causa para que a coisa pública funcione e sim ações que promovem o interesse dos sócios. 

Júlio César de Carvalho Jota

sábado, 7 de maio de 2016

Só pelas moedas.

Altruísmo, generosidade, amizade, solidariedade, arte, espírito cívico, não estão disponíveis em prateleiras das lojas de conveniências. O simples arremedo de apropriação destas virtudes pelo mercado pode fazer desabar uma Nação, um Estado.                                    
As virtudes, a virtude cívica, têm que serem praticadas; não podemos deixar uma visão economicista nos fazer guarda-las em um cofrinho como uma poupança para usá-las em momentos de extrema necessidade, não é garantia de um “futuro” melhor, “use-as ou perca-as“ como já dizia um conhecido o Jean Jacques. Neste ponto, o criar músculos cívicos com o exercício da cidadania, penso que deslocamos alguns dos nossos passos. Movimentos foram feitos independentes do rumo para onde as setas apontam.                                       Penso que o desdobramento dos acontecimentos onde a invisibilidade da amoralidade caiu por terra, permitiu até aos mais relutantes com a sua conveniente ingenuidade, conveniente porque impede o pensar de novo, rever agora os seus pensamentos. Ficou transparente a qualidade de todo nosso parlamento, municipais, estaduais e federais. Percebemos que todos são instrumentos de uma força poderosa que faz com que todos eles se movimentem única e exclusivamente por dinheiro. 
Não tem um cetro, um bastão, um poder, só pela miserabilidade de algumas moedas. Isto deixa todos nós cidadãos muito tristes e  a tristeza mata, enclausura. É esta a intenção. Mas não vamos deixar, né mesmo! J


Júlio César de Carvalho Jota

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Soterrados pela história

        A política é amoral, ficou mais ainda depois que canibalizada pelos dinheiros tornou-se uma politica do mercado que tenta com seus convenientes projetos arrastar a sociedade transformando-a, também, em uma sociedade do mercado; se já era desinteressante enquanto uma sociedade de consumo imagina uma sociedade que precifica tudo, até as filas. 
            Contamina um judiciário vaidoso, guloso, que não cria justiça, só acordos extratribunais, as conversa de corredores é que decidem. Desta maneira o executivo neste presidencialismo de coalisão, com mais de 20 partidos com representação no parlamento, fica completamente engessado quando se vê obrigado a fazer alianças com apêndices vampiros, imortais e que na primeira onda já começam a se estruturar para migrar para uma nave mais segura. Utilizando, para isto, idiotas e canalhas uteis que são descartados tão logo cumpram a missão de serem idiotas e de serem canalhas. 
        Um brinde aos idiotas, um brinde aos canalhas, um brinde aos que são idiotas e canalhas ao mesmo tempo, que vocês desapareçam nas masmorras da memória, que jamais sejam lembrados, soterrados pela história.

Júlio César de Carvalho Jota

terça-feira, 3 de maio de 2016

Eleições Gerais JÁ

          Estes caras não me representam e não é uma mera observação de um auto confinado digitando a partir de sua minúscula caixinha. Gosto das ruas que ligam quadras e bairros, das suas calçadas, gosto também dos grandes rasgões que ligam municípios, estados e países, sempre que posso circulo por estes meios e entremeios, são eles que me possibilitam conhecer e, se tiver boa vontade, ter um juízo mais critico do que é uma humana idade. 
          Pois bem, o parlamento não me representa porque ele deixou, há muito, de frequentar a periferia do poder. 
          Vou dizer da minha experiência pessoal, votei no senhor Pedro Taques para senador em 2010, PDT na época, até certo ponto aprovava a sua atuação no senado, mas em 2014 se afastou para concorrer ao governo de Mato Grosso e colocou em seu lugar o suplente Medeiros que eu nunca ouvi falar. Foi eleito Governador e rapidamente se filiou ao PSDB, este pequeno relato é pra dizer que em nenhum momento fui consultado como seu eleitor se concordava ou não com estas movimentações. 
          Se soubesse que não iria cumprir seu mandato, que em seu lugar entraria um sujeito que nunca ouvi falar e que se filiaria ao PSDB, saindo do PDT do querido Brizola, jamais, jamais votaria nele. 
          Estes desrespeitos que tenho certeza muitos estão sentindo na pele, me fazem perceber mais do que nunca que os projetos destes indivíduos são exclusivamente pessoais, a única base que eles consultam são as confrarias das quais eles fazem parte e devem obediência. 
          Dá forma como está há muito este parlamento não me representa; Eleições gerais JÁ. 

Júlio César de Carvalho Jota

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Pensando o Golpe

Pensando o golpe. Me seduz imaginar um pensamento que tenha elaborado toda a estratégia a partir dos movimentos de 2013; movimentos de pura insatisfação, não só com as questões da política, da economia ou de algum trauma ideológico, era o precariado se manifestando.
Em 2014, no início, com a Dilma tendo alcançado um alto índice de aprovação, quase 80%, escrevi algo no meu diário eletrônico que isso, já segundo um conhecido o Rodrigues, a unanimidade era uma coisa perigosa e me perguntava – onde está a oposição deste país?
Nas manifestações de Junho de 2013 não existia um lado, ninguém embandeirava a ação, não havia uma representação de liderança ou um oportunista para se apropriar daquilo. Mas nas outras que ocorreram já percebia a introdução de movimentos pensados com a intenção clara de serem captadas pela mídia conveniente. E aquilo foi mudando de forma e cor, objetivando a partir daquele momento, já embandeirados, dividir ou criar lados.
Em um país cujas setas direita e esquerda só serviam para direcionar os rumos dos cofres e a necessidade do contraditório não existia, era muita unanimidade, aqueles movimentos, pós Junho, surpreenderam.
No mundo Hobesiano brasileiro onde a lei do mais forte prevalece com o grande capital e seus conglomerados distribuindo moedas (quase uma diversão para eles) e os salteadores não são poucos, construir uma não unanimidade foi fácil. A não unanimidade mapeia insatisfações e demonstra a qualidade da massa critica que de certa forma pode mudar os rumos quando o compromisso assumido não esta sendo cumprido, mas o que me chamou a atenção foi de que maneira esta construção se materializou.
O PMDB este apêndice podre do Estado, que nunca foi vidraça, incentivado, instigado e financiado pelo grande capital, viu ali ou foi forçado a ver, uma oportunidade de se apropriar de algo que jamais obteria com o passo que lhe é convenientemente peculiar, a partir de então com instrumentos midiáticos parceiros, contando ainda com a ingenuidade amadora da nossa gestora e, sim, com a insatisfação de parte da população começa a gestação daquilo que culminaria com o impedimento da Dilma em um primeiro ato. Os meios que foram utilizados serviram para dividir o país e o acirramento de um raso debate entre estas partes legitimou, (será?) o  fim desejado. Agora começa o segundo ato desta ópera bufa. Será que vão sair da zona de conforto de serem parasitas do Estado e ter a coragem de tornarem-se frágeis vidraças submetidas ao grande capital. Algo me diz que vão fugir da raia. Estes eletrochoques foram além da conta e muitos acordaram de um sono longo e letárgico. #Brasilmudou.


Júlio César de Carvalho Jota

sexta-feira, 18 de março de 2016

Serenidade

Nós estamos em fase de recall ainda; somos repletos de defeitos. Por isto estamos vários. Temos que nos desdobrar, afinal o pecado só passou a existir após o conhecimento que passamos a ter da Lei, divina ou a dos homens.
Pensem se em todas as casas habitadas por famílias, células da educação e aprendizado, fossem colocadas escutas e posteriormente midiatizadas o seu conteúdo e só por uma diversão mórbida ver o circo pegar fogo (vide o caso recente da babá, uma simples foto), que loucas revelações teríamos a partir de cada cômodo daquela habitação. O quarto dos pais, do filho, da filha, as conversas na área de serviço ou as do cantinho do quintal. No meu cantinho tenho que ser intocável e “inescutável”. Republicanamente, só a Lei na sua mais perfeita aplicação pode romper com este direito inalienável.
A  incapacidade e preguiça de repensar os pensamentos pensados aliados a um apetite por justiciamento e a orfandade de heróis faz com que grupos de pessoas elevem qualquer sujeito a um pedestal de salvador da pátria e líder de coisa nenhuma, porque sua trajetória é breve. O mundo está em convulsão, um vulcão extraindo o magma das suas profundezas, prestes a explodir  e com certeza o Brasil não é o pior lugar para se viver. Serenidade é palavra.


Júlio César de Carvalho Jota

terça-feira, 15 de março de 2016

Fascismo.

          O fascismo é comportamental, não é um regime; não respeita setas que indicam se a direção é para a esquerda ou para a direita. Percebo ações que poderíamos chamar de fascistas em alguns independentemente do rumo do passo, sem deixar de dizer dos nossos micro-fascismos diários. 
          O lance é que os que não sabem esqueceram-se que não sabem e nesse movimento não existe diferença nos que estão sob a redoma e os que suam sob o sol de 40 graus. Um véu causa um efeito estético, a-ético e amoral na luz que ilumina a cena atual. Os que imaginam que sabem têm que dizer o que pensam, sem receios. Não citem, digam. Usem esta ferramenta.

Júlio César de Carvalho Jota

domingo, 6 de março de 2016

Cidade, luminárias, medo

Percebo a Cidade muda com ela mesma. Como se ela, a Cidade, não se permitisse momentos na escuridão; está tudo excessivamente iluminado; aquele fade noturno necessário para ficar ela com ela mesma foi engolido pelas luminárias e desta forma é impossível momentaneamente deixar o mundo das aparências e aquele dialogo silencioso, interior, fracassa.
Não existe uma rota de fuga, “nunca desliga”. Como se depois de tanta existência não houvessem marcas, profundas, que pudessem abastecer esta provável conversa. Ou se as marcas estão impressas há um interesse em não percebê-las. Um medo que abastece o medo de ter medo.


Júlio César de Carvalho Jota

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Ainda não é X Já foi

        Olhando fotos, vídeos, folheando cartas, passeando por lugares já passeados, um flerte necessário com o passado. O que já não é está depositado na memória.
Estas visitas que são coisas do espírito depois de um certo tempo humano, quando ficamos um pouco mais antigos,  passam a ser mais frequentes, de certa forma nos auxiliam a entender  o por que da  vontade ficar mais mansa na busca por projetos que nos aproximem daquilo que vem mas que ainda não existe.
Nascimento e morte. De todos os que habitam este mundo somos os únicos que temos consciência da morte.
Memória e Vontade, instrumentos que o espírito utiliza para trafegar com desenvoltura naquilo que já foi e naquilo que ainda não é; este passeio nos faz  imaginar uma possibilidade de prolongar o intervalo ou até mesmo criar uma fenda entre o já foi e o ainda não é, em uma tentativa inócua de que momentaneamente sejamos só observadores da pressão que estas forças exercem uma sobre a outra.
Percebo as pessoas preocupadas com a aparente velocidade do tempo quando com uma certa melancolia exclamam “o ano já esta findando”.

O fade noturno com seu tempo diferenciado, gravado em película, com fotografia e direção de câmeras espetaculares que em alguns momentos nos faz viver uma vida inteira e normalmente serviria para amansar a vontade anda misturando-se com o chão sacro/profano da realidade e é nesta troca de portais que nos confundimos e mais uma vez somos vencidos pela não percepção de que todo movimento é executado neste quase inexistente intervalo. 
A intensidade da ansiedade faz com que projetemos aquilo que ainda não é ao mesmo tempo que já foi. Aquilo que poderia vir, já foi.

Júlio César de Carvalho Jota


quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Ano que vai Ano que vem

Uma vontade;  sei que a vontade é um braço do Espírito no futuro e que quando não temos acesso ao objeto fazemos planos, projetamos agora a expectativa de um futuro, invisibilidades que ainda não são. A memória é o braço do Espírito que frequenta aquilo que já não é.
A minha vontade, uma boa vontade,  é a de que com o auxílio incansável do Espírito que faz estas idas e vindas de forma interminável possamos com este exercício  aprender mais, tentar entender e compreender o mundo que está dentro e o que esta fora de nós. Sei  também que é muito cansativo aparar,  de novo,  as raspas que sempre voltam, mas é neste momento que podemos transformar. Serenidade é a palavra. Bons passos sempre.  Abraço carinhoso e um  BeiJota no coração de todos.


Júlio César de Carvalho Jota

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O Sindico e os Inquilinos

O PMDB, um apêndice do Estado, com uma impressão de invisibilidade, atende a todos os governos que pensam ocupar as suas estruturas, não necessariamente que já a estejam ocupando.
Tem um manual consolidado, com poucas variações, que de pronto oferece aos interessados e didaticamente orienta de maneira incansável preferencialmente aos inquilinos com uma pré-aprovação mais adiantada, mas não descarta nenhuma outra possibilidade.
Com a ocupação consolidada não perdoa atrasos e no primeiro sinal de inadimplência já alavanca a possibilidade de despejo. Negócio lucrativo requer uma gerencia que execute com frieza o que determina o seu manual.
Se o inquilino não estiver bem estruturado não fica, ou fica, mas o contrato pode ser refeito.


Júlio César de Carvalho Jota

domingo, 6 de dezembro de 2015

Vamos sujar as sapatilhas

As pessoas estão tão contaminadas pelo consumo que sempre referenciam qualquer dificuldade que nos desconfortam com as questões financeiras. Muito bom se fosse só isso. Neste sistema cruel o mercado não morre, não para, não se submete, dinheiro não falta. Ele só é desviado para abastecer os cofres de anônimos, hoje nem tão anônimos assim, né! Os valores que são veiculados quando mencionam corrupção, é inimaginável para mim um simples mortal fora deste sulco.
Para sairmos da “crise” a primeira coisa a fazer é desassociá-la com a falta do dinheiro. Comprar carros, passagens, reformar casas não caracteriza uma harmoniosa situação na República. Vivemos uma crise ÉTICA, moral, politica, uma crise de individualismos exacerbados, cada um ou cada classe resolve o seu trecho, tipo uma auto preservação individual o que é um tiro no pé, porque chega a um ponto que compromete-se a espécie. E tudo  isto acontece com o nosso aval. Superficializamos muito - às vezes penso que é de uma certa conveniência - o nosso pensamento critico. Andamos 20 metros e pensamos que com o auxílio de dados estatísticos podemos entender o que se passa em 2.000 metros, um ardil para amansar a imaginação.
Percebo algumas pessoas imaginando estar contribuindo com  a tentativa de distanciar os nossos problemas econômicos/financeiros do Governo Dilma dizendo que o consumo esta fantástico, isto não é mágica gente. Tem que sair da redoma. Sujar as botas, os tênis, sandálias, sapatilhas com a poeira das ruas e calçadas. Pensar é pensar de novo.


Júlio César de Carvalho Jota

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Avalanche

Um deputado do PT que faz parte do conselho de ética da câmara dos deputados que vai decidir pela indicação da cassação ou não do Eduardo Cunha, disse que mudará seu voto para salvar o governo. Na ótica vesga dele salvando Cunha salva o governo. Mas um governo que gera sua governança fazendo acordos deste tipo já à algum tempo está sendo salvo para defender os interesses de quem? Se é que existe um governo para ser salvo e se existir não esta cumprindo o acordo feito quando depositei meu voto escolhendo-o como meu representante.
Sei que estão levando a coisa com a barriga, esperando o dia 23 de Dezembro, inicio do recesso parlamentar. Voltam em Fevereiro, 50 dias para conspirarem a forma mais vantajosa de manter ou não manter o que nos desgoverna; depois temos as Olimpíadas. Mas lembrem-se a coisa não está como antes, as ondas de pensamentos sejam lá quais forem e que rumos elas tomam, abastecidas por absolutos transitórios, aumentaram bastante seu nível de circulação.
Os comentários dos falantes entendidos desconsideram completamente o pensamento da periferia do poder como se só existissem os acordos dos corredores do palácio e dos parlamentos. A insatisfação pessoal, o fracasso, aquela coisa de ilusoriamente galgar degraus e depois despencar como se estivesse em uma rampa congelada acorda ou desacorda o precariado, não sei qual o pior.
Não dá mais para desconsiderar a completa ingovernabilidade fácil de perceber quando notamos que a forma de alavancar alianças só serve para flagelar mais ainda a nossa “guerreira”. Esta aparente calmaria, trégua, esta derramando seu excesso e barreiras não estão estruturadas para receber a avalanche que está se formando.


Júlio César de Carvalho Jota