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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Ingovernabilidade

        Com o crescimento do mundo tivemos que fazer algumas concessões, uma delas a mais relevante foi a de doar parte da nossa liberdade natural para que todos, de certa forma, pudessem conviver com segurança e mobilidade com a liberdade que lhes restou.
Faz parte deste acordo obedecer pela ordem, ordem esta materializada por leis que nós autorizamos que se fizessem através de representantes nomeados por nós. Podemos desobedecer pela ordem uma lei quando esta sendo mal aplicada, chamamos isso de Desobediência Civil.
Tudo isto é para dizer que nos sacrificamos muito para viver juntos neste mundo com 7 bilhões de habitantes humanos mais os bichos, as plantas e a metafisica. Paradoxalmente, embora com a liberdade reduzida, autorizamos cada vez mais a coerção, um aperto na liberdade que restou para criar uma ilusão de tranquilidade.
Quando o Estado prende o sujeito e o isola supostamente é porque não cumpriu o trato, mas mesmo assim ele o Estado tem que garantir mecanismos para que o sujeito se integre e volte a tecer laços de sociabilidade.  Não é a situação atual; o Estado não garante o sujeito solto em sociedade nem quando esta preso e confinado. Um período de total ingovernabilidade.
O Estado, ocupado por governos espúrios, faliu e com ele todos os mecanismos que criamos para desenvolver uma vida minimamente juntos também faliram. Acomodados nos auto confinamos cada vez mais e a nossa massa critica passa a ser abastecida e estruturada através de milhões de informações que chegam até nós pelas infovias que quase sempre confundem os nossos sentidos.
Isto facilita a vida daqueles os quais autorizamos a cuidar de todos sem distinção, eles não cumprem o que combinamos e não percebemos, auto confinados que estamos, a real situação que se encontram às Cidades, hoje completamente sucateadas, mas mesmo assim ruas e calçadas continuam sendo o melhor lugar para navegar. As calçadas, ruas, vielas e praças (muito poucas no meu trecho) clamam por nossa presença. À elas então.


Júlio César de Carvalho Jota

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