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sábado, 21 de outubro de 2017

Corrupção: Banalização do mal

A corrupção para acontecer tem lá sua complexidade, ao contrário do que muita gente imagina. Este pessoal trabalha com orçamentos da máquina pública totalmente inacessíveis para leigos. Operação realizada sob um manto de legalidade à primeira vista difícil de ser detectada.
Não sou especialista neste assunto, só um cidadão cansado de ser roubado. Mas pensando e só pensando podemos tentar entender esta trama, como conseguem resultados exitosos nestas operações de saque do dinheiro público se não existir uma estrutura profissional, com profissionais dedicados e experientes para costurar estas tramas. Um país com índices de corrupção alarmantes desde a descoberta criou demanda para especialistas com escritórios super estruturados para desenvolver e aplicar projetos para este fim. Só assim para entender a devastação causada pela corrupção, no caso brasileiro uma pandemia incontrolável com todas as instituições que compõe o Estado contaminadas e servindo de modus operandi para um ente com milhões de braços, mas não chegamos a sua cabeça, uma abstração, não sei, causador de um  verdadeiro extermínio nas aspirações do povo brasileiro.
Uma pequena introdução para dizer das pessoas que trabalham com este sistema para promover o saque do dinheiro publico através de projetos, como já disse, sob uma aparente legalidade.
Lembrei de uma conhecida a Hanna quando falou da banalização do mal a partir do julgamento, em Israel, de um oficial alemão responsável burocraticamente pelos campos de extermínio que dizia até na hora da sua execução que só estava fazendo o trabalho dele e não se sentia responsável pelo assassinato daquelas pessoas.
Quando falo da corrupção no Brasil e isto me remete ao êxito de seus resultados não posso deixar de responsabilizar as pessoas que através de seus escritórios causam o extermínio das aspirações de um povo e de  sua nação na mesma proporção da que o oficial alemão exercia quando organizava os assassinatos nos campos de extermínio.
São profissionais bem sucedidos, disputados a ouro no mercado, têm boas casas, belos carros, os filhos estudam nas melhores escolas, viajam com certa assiduidade para curtir seus períodos de férias, são bons no que fazem e até fazem julgamentos morais. Mas será que quando olham o entorno tão sofrido não bate um “de certa forma eu sou corresponsável por tudo isso” ou “imagina só estou fazendo meu trabalho”. Fingem ou não sabem mesmo o estrago que ajudam a materializar.


Júlio César de Carvalho Jota

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