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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Pensando o Golpe

Pensando o golpe. Me seduz imaginar um pensamento que tenha elaborado toda a estratégia a partir dos movimentos de 2013; movimentos de pura insatisfação, não só com as questões da política, da economia ou de algum trauma ideológico, era o precariado se manifestando.
Em 2014, no início, com a Dilma tendo alcançado um alto índice de aprovação, quase 80%, escrevi algo no meu diário eletrônico que isso, já segundo um conhecido o Rodrigues, a unanimidade era uma coisa perigosa e me perguntava – onde está a oposição deste país?
Nas manifestações de Junho de 2013 não existia um lado, ninguém embandeirava a ação, não havia uma representação de liderança ou um oportunista para se apropriar daquilo. Mas nas outras que ocorreram já percebia a introdução de movimentos pensados com a intenção clara de serem captadas pela mídia conveniente. E aquilo foi mudando de forma e cor, objetivando a partir daquele momento, já embandeirados, dividir ou criar lados.
Em um país cujas setas direita e esquerda só serviam para direcionar os rumos dos cofres e a necessidade do contraditório não existia, era muita unanimidade, aqueles movimentos, pós Junho, surpreenderam.
No mundo Hobesiano brasileiro onde a lei do mais forte prevalece com o grande capital e seus conglomerados distribuindo moedas (quase uma diversão para eles) e os salteadores não são poucos, construir uma não unanimidade foi fácil. A não unanimidade mapeia insatisfações e demonstra a qualidade da massa critica que de certa forma pode mudar os rumos quando o compromisso assumido não esta sendo cumprido, mas o que me chamou a atenção foi de que maneira esta construção se materializou.
O PMDB este apêndice podre do Estado, que nunca foi vidraça, incentivado, instigado e financiado pelo grande capital, viu ali ou foi forçado a ver, uma oportunidade de se apropriar de algo que jamais obteria com o passo que lhe é convenientemente peculiar, a partir de então com instrumentos midiáticos parceiros, contando ainda com a ingenuidade amadora da nossa gestora e, sim, com a insatisfação de parte da população começa a gestação daquilo que culminaria com o impedimento da Dilma em um primeiro ato. Os meios que foram utilizados serviram para dividir o país e o acirramento de um raso debate entre estas partes legitimou, (será?) o  fim desejado. Agora começa o segundo ato desta ópera bufa. Será que vão sair da zona de conforto de serem parasitas do Estado e ter a coragem de tornarem-se frágeis vidraças submetidas ao grande capital. Algo me diz que vão fugir da raia. Estes eletrochoques foram além da conta e muitos acordaram de um sono longo e letárgico. #Brasilmudou.


Júlio César de Carvalho Jota

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