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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Marinalva II

          Dias atrás falei sobre a Marinalva, aquela diarista que virou empresária foi alçada a classe média através de processos que privilegiaram a demanda em detrimento da oferta e depois despencou caindo quando a ilusória bolha estourou.          Bom, a Marinalva que presta o seu serviço de diarista aqui em casa uma vez por semana, na paradinha para tomar água me chamou de lado e “seu Júlio preciso que o senhor me dê mais um dia de trabalho”, eu disse, Marinalva não posso, meu orçamento já esta comprometido e estou me esforçando para continuar com pelo menos este dia com você. Perguntei, mas Marinalva você estava com a agenda cheia, o que houve? E Ela, “seu Júlio aumentou a oferta de diaristas, o preço despencou e os dias ficaram bastante concorridos. A coisa tá apertando mais ainda seu Júlio. Diminuíram as horas de trabalho do meu marido. Até quando vai isso seu Júlio?”. 
        O que dizer para a Marinalva. Dar logo uma paulada final na sua auto estima. Dizendo que foi tudo culpa dela mesmo acreditar naquelas promessas todas (uma conversa que um amigo prega). Não posso, porque ela não é responsável por governos que privilegiaram a solução dos problemas através da espetacularização da demanda. Não dá mais, já era. Agora só com ideias, projetos. 
         Aqui no nosso trecho onde o grão é o que nos “alimenta” e por ser uma commoditie de grande aceitação no mercado externo causa uma falsa impressão de desenvolvimento, mas o Estado em um todo não usufrui disso, este grão não é tributado, ele recebe parcelas de um fundo de exportação que nem de longe representaria em dinheiro se o icms entrasse direto no caixa do governo. Desta forma só os municípios produtores são contemplados com o dinheiro deste movimento e tendo condições de gerar um auto IDH para seus citadinos. 
        A Marinalva é um reflexo vivo do que acontece e só através de pessoas como ela, dessensorializando-as, podemos materializar uma realidade mais palpável, se é que podermos palpar a realidade.  Vai ficando mais complicado porque pessoas como a Marinalva, embora tenham sua fé ancorada em uma destas igrejas que auxiliam no controle e por isto recebem tanta atenção de governos, principalmente deste, já esta pensando muito esta relação, de ter sido contemplada através de sua vontade e fé alçando os degraus do conforto e de repente sem nenhum aviso do pastor, despenca.  
          Pensei em pedir calma para Marinalva, mas tenho a impressão que não vai adiantar.

Júlio César de Carvalho Jota

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