Já tive uma
névoa enflamulada cobrindo meus olhos, mas naquele momento a névoa quando
flamulava movida por ventos rítmicos emitia sons, ditava projetos. O
envolvimento era magicamente natural e a visão muito critica, paradoxalmente,
materializava certezas.
Faz parte
do processo esta coisa de nos descobrirmos humanos e enquanto humanos sempre
aprendendo, perceber que poucos conseguem controlar ou eliminar seus vícios e
muito mais complexo ainda não falhar com o ajuntamento, com a Cidade. Um escultor
de fumaça só isto que era.
O tempo voa
para nós urbanos/humanos e agora já mais antigo e próximo do meu fim percebo
que aquela parte do mundo que decide não tem um projeto, está sempre convenientemente
a deriva. E neste momento administram consequências com operações tapa-buracos.
Demorei algum tempo para me descobrir um
escultor de fumaça e desta forma não posso acelerar como o outro faz o curso; é
um movimento natural.
Mas
observando o fragmento de mundo por onde dou minhas passadas não tem como não me
sentir agônico com a lentidão deste
processo. A impressão é que a auto preservação que passa pela preservação da
espécie não é nossa prioridade. Não cuido de mim, não cuido do outro, não cuido
do mundo. Não coloco o planeta na sequencia, pois ele é um ancião de 4 bilhões
de anos, com experiências de reconstrução inimagináveis e no momento que se
sentir muito incomodado coloca todos para fora, simples assim.
O fundamentalismo
intelectual, o fundamentalismo do capital, o fundamentalismo religioso, o fundamentalismo
da amoralidade e aquela coisa rasa de colocar o dinheiro em um altar para
adorar aceleram o fim deste mundo.
Júlio César de Carvalho Jota
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