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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Escultor de fumaça

Já tive uma névoa enflamulada cobrindo meus olhos, mas naquele momento a névoa quando flamulava movida por ventos rítmicos emitia sons, ditava projetos. O envolvimento era magicamente natural e a visão muito critica, paradoxalmente, materializava certezas.
Faz parte do processo esta coisa de nos descobrirmos humanos e enquanto humanos sempre aprendendo, perceber que poucos conseguem controlar ou eliminar seus vícios e muito mais complexo ainda não falhar com o ajuntamento, com a Cidade. Um escultor de fumaça só isto que era.
O tempo voa para nós urbanos/humanos e agora já mais antigo e próximo do meu fim percebo que aquela parte do mundo que decide não tem um projeto, está sempre convenientemente a deriva. E neste momento administram consequências com operações tapa-buracos.  Demorei algum tempo para me descobrir um escultor de fumaça e desta forma não posso acelerar como o outro faz o curso; é um movimento natural.
Mas observando o fragmento de mundo por onde dou minhas passadas não tem como não me sentir agônico  com a lentidão deste processo. A impressão é que a auto preservação que passa pela preservação da espécie não é nossa prioridade. Não cuido de mim, não cuido do outro, não cuido do mundo. Não coloco o planeta na sequencia, pois ele é um ancião de 4 bilhões de anos, com experiências de reconstrução inimagináveis e no momento que se sentir muito incomodado coloca todos para fora, simples assim.
O fundamentalismo intelectual, o fundamentalismo do capital, o fundamentalismo religioso, o fundamentalismo da amoralidade e aquela coisa rasa de colocar o dinheiro em um altar para adorar aceleram o fim deste mundo.


Júlio César de Carvalho Jota

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