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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A Ampulheta do Friedrich

          Esta história de que a ampulheta vira e a coisa se repete nos mínimos detalhes em um movimento infindável, contada por um conhecido antigo o Friedrich, ao mesmo tempo que acalma a boiada me faz buscar harmonia na desorientação. A desorientação me livra da ignorância. 
             Pensamentos não são caixas cheias de conhecimentos, sem desordem, só abrir e usar, o já tão difundido plug and play. Não é assim. Necessário o “espanto”, tropicar no próprio passo pra alcançar o significado. 
        Uma parte grande movida pela rotineira inteligência setorial continua impregnada do resumo de já dobradas orelhas, só entra no campo de jogo benzendo-se com o sinal da cruz e dando aquele saltinho para pisar com o pé direito e pedindo aos deuses que o dia tenha a sua normalidade mantida, sem surpresas. 
          Neste mundo de destros a garantia de ter um fragmento certo para a edição do filme da minha vida vem naquele momento em que acordo pisando com o pé esquerdo, a impressão é “está dando tudo errado, fugiu do controle”. Mas neste movimento o pensamento acuado obriga-se a buscar entendimento pensando de novo e me faz perceber: nada esta sob controle. 
         A rotineira página em branco do “estar bem” é um truque da imaginação para nos sedar, impedir que o pensamento pense além da infelicidade, dizem ser coisa dos romanos.

Júlio César de Carvalho Jota

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