Crianças que engordavam a renda familiar pedindo nos
semáforos, “guardando” carros ou simplesmente ficavam nas ruas para fugir do
assédio de pais e mães drogados, bêbados, inaptos para a tarefa, desligados da
missão, desapareceram das ruas centrais
e até da periferia, contribuição da bolsa família que obriga os pais a
manter os filhos na escola senão perdem o bônus. Mas em uma direção inversa
aumentou assustadoramente o número de adultos que ocupam o lugar dos “meninos”
no negócio de guardar carros, limpar para-brisas ou simplesmente pedir o
dinheirinho do goro. Não uso o ar condicionado do carro, então a minha moeda
sai quentinha, às vezes com um aperto de mão implorado, sem o gelo que
normalmente é passada pela mínima abertura do vidro da janela daqueles que
temem.
São muitos e estão aumentando.
Quando não recebem a moeda dizem um “mas
fique com Deus assim mesmo”, como se a provação fosse causa divina e eu me
negasse a auxiliar na remissão daquela prova e Deus estaria de olho em mim.
Estão em todos os lugares, só não nos patrulhados e super protegidos não
lugares.
Júlio César de Carvalho Jota
Muito bombom
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