Espermatozoides e
óvulos se entendem para formar essa coisa ainda rasa, mas se feto já
representa a espécie. Quando nascemos, entendendo a morte como parte desse
acontecimento, penso, neste caso, termos recebido, no corte de um cordão já
vazio e tendo murchado este cordão, não sei se juntos e se não, também não sei
a ordem, são injetados o que anima: se o animal ou anima. Uma inspirada transfusão
letal de vida, como uma droga com data determinada para ter seu efeito expirado.
Coisa minimizada
neste mundo explicado por judeus, católicos, presbiterianos, batistas,
universais, internacionais, muçulmanos e muitos outros quando em alguns
momentos parecem dizer que esta droga de vida ingerida, embora letal, serve
como teste de admissão para, se respeitarmos o cânon, acessar um portal através
do qual seremos lançados a uma outra vida. Esse ganho de vida suplementar seria
incorporado se vencêssemos todos os obstáculos postos, acumulando pontos para
de forma automática acionar um antídoto anulando a letalidade da droga ingerida
ou eliminando um de seus componentes, a morte. Morte, íntima de todos que
ingeriram vida, irmã gêmea desta, não terá assento à mesa e será ignorada na
agenda que regula os compromissos. Mas vez ou outra nos surpreenderá com visitas
inesperadas.
Aparentemente seríamos através desse portal
aberto conduzidos a vida eterna. Mas não são todos que terão acesso a essa
graça, os que forem eleitos não saberão e uma grande parte deliberadamente não
será contemplada por aquele que dizem ser o agraciador, mesmo tendo superado todas
as provas postas.
E desde esse
acontecimento que imprimiu o movimento, este não para; assim como as escolhas
que nos fazem acreditar em um livre arbítrio.
O animal lamina a
língua na lâmina, esta é a impressão, até por uma ação de auto preservação,
assume o controle e rumina. Abastecendo-se com a gramínea/mundo troca lúmens;
podendo dizem os que pregam auto iluminar-se.
Grandes templos para
grandes arcas. A graça pousa em lugares que muitos não entendem. Salomônicos
templos facilitam a compreensão, ampliam as doações, aumentam os milagres.
Um ciclo círculo
confuso, sair das trevas de uma idade média com mídia, renascer e iluminar. Desanimar
o animal? Não! Querer humanizar o que já é humano mudando o conceito, também não
dá.
Júlio César de Carvalho Jota
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