Penso que os projetos eram só
fantasias escritas em teóricos manuais; promessas já postas para não serem
cumpridas. Quantas décadas discute-se estas pautas e as Cidades que compõe com
seus fragmentos subjetivos teceduras multicoloridas, pacíficas, ordeiras,
pacientes, tolerantes, nunca são contempladas com uma agenda positiva.
Para mim
o que fica quando propõe-se pactos, cena já vista em outros carnavais, é a
ausência de competências, de autoridades para ditar o rumo, em um ambiente que
poderia ser de leve condução se o veículo utilizado não fosse tão blindado por
interesses escusos. Certos da nossa passividade, do nosso sono interminável,
iam levando a coisa com a barriga. E assim nos tornamos coniventes, cada um com
a sua insatisfeita satisfação.
Passamos
a sentir, então, uma coisa entalada que não conseguíamos definir, uma falta de ar,
um grito preso; coisa revolvida e aparentemente resolvida nos não lugares,
criados para isto, convenientemente. Mas o corpo adoece quando a alma fica
triste sabendo, mas ignorando a razão; de repente implode fenômeno que precede,
no caso, a explosão. Os estilhaços são arremetidos sem ordem, fazendo com que
os pensadores de plantão, embasbacados, pedissem tempo, imaginando-se em uma
quadra onde desenrolava-se um jogo de basquete, o tempo não foi dado.
Com o
tabuleiro na mão, consultavam planilhas, pensando no ataque, mas a defesa
acostumada com um jogo fácil estava desnorteada, causando momentaneamente, uma
enxurrada de pontos contra. A melhor maneira de continuar encestando é manter o
foco no jogo; defesa e ataque em harmônico desequilíbrio, enchendo a cesta do
adversário (não deveria ser) de pontos. Quem sabe assim descubra que jogamos no
mesmo time.
Júlio César de Carvalho J
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