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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Um Jogo

          Penso que os projetos eram só fantasias escritas em teóricos manuais; promessas já postas para não serem cumpridas. Quantas décadas discute-se estas pautas e as Cidades que compõe com seus fragmentos subjetivos teceduras multicoloridas, pacíficas, ordeiras, pacientes, tolerantes, nunca são contempladas com uma agenda positiva. 
         Para mim o que fica quando propõe-se pactos, cena já vista em outros carnavais, é a ausência de competências, de autoridades para ditar o rumo, em um ambiente que poderia ser de leve condução se o veículo utilizado não fosse tão blindado por interesses escusos. Certos da nossa passividade, do nosso sono interminável, iam levando a coisa com a barriga. E assim nos tornamos coniventes, cada um com a sua insatisfeita satisfação.  
          Passamos a sentir, então, uma coisa entalada que não conseguíamos definir, uma falta de ar, um grito preso; coisa revolvida e aparentemente resolvida nos não lugares, criados para isto, convenientemente. Mas o corpo adoece quando a alma fica triste sabendo, mas ignorando a razão; de repente implode fenômeno que precede, no caso, a explosão. Os estilhaços são arremetidos sem ordem, fazendo com que os pensadores de plantão, embasbacados, pedissem tempo, imaginando-se em uma quadra onde desenrolava-se um jogo de basquete, o tempo não foi dado. 
          Com o tabuleiro na mão, consultavam planilhas, pensando no ataque, mas a defesa acostumada com um jogo fácil estava desnorteada, causando momentaneamente, uma enxurrada de pontos contra. A melhor maneira de continuar encestando é manter o foco no jogo; defesa e ataque em harmônico desequilíbrio, enchendo a cesta do adversário (não deveria ser) de pontos. Quem sabe assim descubra que jogamos no mesmo time.
Júlio César de Carvalho J

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