Ciúmes de
Você, uma música do Roberto me diz alguma coisa sobre os sentimentos dos
partidos, entidades de classe, coletivos, quando vêm rejeitados as suas
tentativas de inclusão em um movimento até então impensável sem a sua chancela.
Neste instante muitos reivindicam a paternidade ou maternidade das manifestações, mpl
(movimento do passe livre), pt, psdb e muitos outros; aliados agora porque
observam um rastilho acesso que faz perigar a propriedade que imaginam ter sobre
olhos antes cobertos por uma névoa. Forçam a nossa compreensão quando dizem
serem imprescindíveis para gestar um movimento deste porte e que negociadores
tarimbados poderiam obter vantagens em provável beligerância com o Estado. Mas
quando observo a Cidade e vejo que o interesse é dificultar o passo do sujeito
por suas vias, percebo neste momento que abandonamos as nossas prerrogativas de
fiscalizar, de participar mais ativamente junto àqueles escolhidos por nós
mesmos para implementar ações, projetos que contemplassem os da Cidade; imaginávamos
ter outorgado procuração para representantes de confiança que iriam fazer o melhor,
o impossível para cumprir o contrato; mas não é isto que acontece.
Penso, não
estamos em guerra, nem negociando capitulações. A pauta está posta. Não existem
reivindicações a serem negociadas; o que queremos, o povo, o cidadão, é que os
projetos de governo apresentados à época das eleições, discutidos em fóruns,
comícios, propagandas eleitorais, visitas aos nossos domicílios, sejam eles
federais, estaduais ou municipais, que em algum momento se associam a empresas
mistas, privadas, fundações, fundos, ou seja, toda esta economia da qual somos
nós os financiadores, dê-nos o retorno através da materialização dos projetos
apresentados quando pediram a confiança do nosso voto e que toda esta ação seja
qualificada tendo como referência os altíssimos e variados impostos que pagamos.
Percebo que
a mídia, como sempre, se adapta e começa a comunicar mais manifestações do que
vandalismos, mas ao mesmo tempo tenta forjar lideranças para o movimento,
mostrando comunicações que tentam fragilizar a potência do que acontece que vai
muito além dos pedidos pelo passe livre e os jovenzinhos cooptados para serem
porta vozes da vênus prateada me fizeram
sentir uma enorme pena, sentimento horrível este, mas foi o que senti aliada a
muita vergonha quando questionados se a pauta era só o passe livre, o gurizinho
disse que objetivo deles tinha se
concretizado e que não via no grupo nenhum interesse em requerer outras pautas
que não estavam sendo cumpridas.
Observo, neste momento, que a tentativa de criar lideranças em um movimento que espelha a
insatisfação individual de cada um, acontece para poderem trabalhar com as
deformidades do urbano/humano, negociar com um grupo que vaidosamente se dá o
título de liderança, possibilita um desarranjo ético/moral que todo
urbano/humano pode por eles ser afetado. Isto elimina o exercício do
entendimento, ficando mais fácil a capitulação do movimento.
Júlio César de Carvalho Jota
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