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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Deformidades

Ciúmes de Você, uma música do Roberto me diz alguma coisa sobre os sentimentos dos partidos, entidades de classe, coletivos, quando vêm rejeitados as suas tentativas de inclusão em um movimento até então impensável sem a sua chancela. Neste instante muitos reivindicam a paternidade ou maternidade das manifestações, mpl (movimento do passe livre), pt, psdb e muitos outros; aliados agora porque observam um rastilho acesso que faz perigar a propriedade que imaginam ter sobre olhos antes cobertos por uma névoa. Forçam a nossa compreensão quando dizem serem imprescindíveis para gestar um movimento deste porte e que negociadores tarimbados poderiam obter vantagens em provável beligerância com o Estado. Mas quando observo a Cidade e vejo que o interesse é dificultar o passo do sujeito por suas vias, percebo neste momento que abandonamos as nossas prerrogativas de fiscalizar, de participar mais ativamente junto àqueles escolhidos por nós mesmos para implementar ações, projetos que contemplassem os da Cidade; imaginávamos ter outorgado procuração para representantes de confiança que iriam fazer o melhor, o impossível para cumprir o contrato; mas não é isto que acontece.
Penso, não estamos em guerra, nem negociando capitulações. A pauta está posta. Não existem reivindicações a serem negociadas; o que queremos, o povo, o cidadão, é que os projetos de governo apresentados à época das eleições, discutidos em fóruns, comícios, propagandas eleitorais, visitas aos nossos domicílios, sejam eles federais, estaduais ou municipais, que em algum momento se associam a empresas mistas, privadas, fundações, fundos, ou seja, toda esta economia da qual somos nós os financiadores, dê-nos o retorno através da materialização dos projetos apresentados quando pediram a confiança do nosso voto e que toda esta ação seja qualificada tendo como referência os altíssimos e variados impostos que pagamos.
Percebo que a mídia, como sempre, se adapta e começa a comunicar mais manifestações do que vandalismos, mas ao mesmo tempo tenta forjar lideranças para o movimento, mostrando comunicações que tentam fragilizar a potência do que acontece que vai muito além dos pedidos pelo passe livre e os jovenzinhos cooptados para serem porta vozes da vênus prateada  me fizeram sentir uma enorme pena, sentimento horrível este, mas foi o que senti aliada a muita vergonha quando questionados se a pauta era só o passe livre, o gurizinho disse que objetivo deles  tinha se concretizado e que não via no grupo nenhum interesse em requerer outras pautas que não estavam sendo cumpridas.
Observo, neste momento, que a tentativa de criar lideranças em um movimento que espelha a insatisfação individual de cada um, acontece para poderem trabalhar com as deformidades do urbano/humano, negociar com um grupo que vaidosamente se dá o título de liderança, possibilita um desarranjo ético/moral que todo urbano/humano pode por eles ser afetado. Isto elimina o exercício do entendimento, ficando mais fácil a capitulação do movimento.
Júlio César de Carvalho Jota 

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