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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Para manu faturar

      A China conseguiu o que o capital ocidental perseguiu com grandes investimentos em pesquisas tecnológicas para a criação de robôs, na tentativa de eliminar a mão de obra humana, diga-se de passagem, com êxito. Depois de milhares de anos, a “sabedoria” chinesa conseguiu transformar cada cidadão em uma unidade de produção. Unidade de produção sem necessidade de uma manutenção muito dispendiosa. O estoque de reposição de cada unidade dessas é imenso, de tal forma que se uma deixa de operar ou trava, estraga, é substituída imediatamente por outra em um estoque existente de centenas de milhões sempre à mão. E o descarte não causa nenhum impacto ao ambiente; toda unidade é 100% absorvida pela natureza em curtíssimo espaço de tempo.
      Convenientemente a transnacionalidade do capital desloca-se para esse trecho do mundo para usar dessa maravilhosa invenção, com baixíssimo custo de manutenção e reposição garantida. Importante que todo movimento de produção e distribuição é executado em um ambiente de “estabilidade” política, rara no mundo.
      A China está situada na parte oriental do continente asiático e na costa oeste do Oceano Pacífico e essa distância não impede que interfira na vida dos pacatos cidadãos aqui no portal do Pantanal, em Mato Grosso, no centro oeste brasileiro; na minha abandonada e desorganizada cidade, Várzea Grande, de 270 mil habitantes, tem uma lojinha made in china em todas as quadras. Não é só na produção que eles se superaram, na arte da distribuição eles são craques; estão no mundo inteiro. O chinezinho que toma conta do pedaço nem se preocupa em falar a língua local. Ao contrário dos irmãos do Norte que contaminaram o mundo com sua Medusa áudio visual, os pequenos irmãos do oriente com sua inquestionável e milenar sabedoria, tendo já doado muito conhecimento para o mundo, nesse momento, contaminam com “lixo” mesmo. Mas em algum momento o desencanto vai acontecer.
      Como os que escavam não admitem a possibilidade de um outro modo, o saque ao planeta continua, escavar, transformar os alti em planos para manu - faturar. Enquanto isso, como se não bastasse à inutilidade dos do paço, a cidade agoniza, contaminada, abarrotada de coisas inúteis made in china e de outros.

Júlio César de Carvalho Jota
Filósofo

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