Para ser comprometido por uma obra de arte não preciso de um entendimento específico ou ter nas veias a crítica das técnicas utilizadas e a bibliografia psicológica do medium; não preciso ir a museus, galerias, embora reconheça neles utilidade na preservação, conservação e difusão da história da arte.
Não quero dizer com isto desconhecimento ou negação da importância daqueles que de uma forma ou outra seduzidos pela arte dêem passos que, para a obra de arte, podem ou não ter algum significado. Mas os catálogos editados pelos museus para servir como referencia de pesquisas para interessados vão sempre estar a mercê do subjetivismo dos curadores, animadores e críticos; que contaminados pelas suas preferências, variados interesses ou até mesmo um ranço carinhosamente guardado na geladeira, deixarão de fora jóias sublimes.
Os ateliês daqueles que mergulham solitariamente no desejo de materializar o que os perturba estão disponíveis e muitos ainda livres da contaminação do mercado interessado em lucros e vaidades. A troca neste caso entre observador e a obra in actu, é muito mais valiosa.
Sei que posso estar cometendo uma coisa que abomino que é uma espécie de tara antropológica, ou seja, a possibilidade de preservar um sítio intocável da arte que esta em algum lugar, sendo materializada por um medium que ainda não sente a necessidade de imprimir a sua marca, pessoal, na tela: Seu nome.
Júlio César de Carvalho Jota
Filósofo
Júlio César de Carvalho Jota
Filósofo
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