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Júlio César Jota |
Mundo cada qual
com o seu. Mas quando roteiros ainda desencontrados começam a fluir provocando
susto em um sonho ou quando em sinapses rápidas surgem imagens ainda sem
definição, penso que meu mundo roçou o mundo do outro acrescentando traços ao
meu enredo. A impressão é como se estivesse em um acelerador de partículas, no
meu imaginário partículas/mundo, onde esses mundos e seus fragmentos chocam-se constantemente,
criando substâncias novas, desconhecidas a princípio, mas em instantes já
fazendo parte do depositário que sou.
Vou sendo
lambido pelo pincel do tempo e sem perceber vou estando só água aquarelada,
esparramando-se, procurando lugar no papel. Movimento que me faz perceber a
importância que é compreender um lugar nesse frágil suporte, onde outros também
esparramam suas águas formando ondas quando encontram-se com as minhas. Ondas
diluídas e misturadas através do pincel/tempo, inatingível quando esculpe os
tons ou joga com suas luzes; isso nos leva a imaginar merecedores de mais
brilho ou de mais cores; ignorando que as aguadas se misturam em harmônico
desequilíbrio e a obra que nunca finda sempre se dá fazendo parte no mesmo
suporte.
A tentativa de
desacelerar o tempo para tentar perceber outros tempos possíveis nos inquieta e
faz do passo um sobre passo. De outra maneira o desejo de vivenciar
todos de uma golada só, nós faz ficar, sempre, com o último tempo percebido.
Júlio César de Carvalho Jota
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