Hoje, bem cedinho, na biblioteca do
meu banheiro onde tenho lá alguns livros que revezam comigo estes momentos
singulares; estava folheando quando percebi um animalzinho em uma das folhas,
tipo um bichinho de goiaba, um vermi-zinho; fico ligado nele, no seu passeio
pelas palavras, imagino um vermi-zinho intelectual, usando as patinhas como um scanner,
mas não, ele quer sair daquelas páginas, facilito e seu serpentear o leva para
a capa do livro, uma capa azul, ele gosta, fica eufórico, de um lado para o outro,
lépido; imagino um vermi-zinho que adora um fundo azul, um cromaqui onde tudo é
possível. O diminuto animal rastejava de um lado para outro, penso estar aterrorizado
com seu isolamento e a sagacidade demonstrada na rapidez que fluía seu
rastejamento era para tentar buscar outros vermi-zinhos antes que o cansaço e o
medo o paralisassem. Já fora do banheiro e com pena do pobre bicho atirei-o
dentro do composto orgânico que separo do lixo, estava aparentemente sem
respirar, sem nenhuma esperança, mas percebendo a movimentação no composto de
alguma parentela vi-o tomado por uma vigorosa energia que o fez vivo, muito
vivo. Para um vermi-zinho o isolamento é insuportável, fatal.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário