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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Templos sindicais.

       

Boi e Canga 01 - Série Carro de Boi 2010
Carvão e Nanquim sobre papel-Antônio Cláudio Massa

        O exercício do direito pode ser inibido em função da inexistência de uma lei especifica para o caso de greve pelos servidores públicos, mas nada elimina o axioma de direito a greve. Alguns dizem que o povo é o único prejudicado quando acontece uma paralisação no serviço público e que o sistema que gerencia, o Governo, não sente a pressão que é exercida em um movimento grevista. O que não é dito é que esta relação patrão/empregado é mal explicada no caso dos servidores públicos; o patrão é o povo, o governo é só o gerente desta ação.
        A greve é realizada para incomodar o patrão; no caso o incomodado tem que ser o povo mesmo. O povo incomodado tem que repensar a gerencia da sua empresa, e, fiscalizar para observar possíveis desacordos; revogar a procuração dada, se necessário, mesmo que ela tenha um prazo de validade determinada pela lei.
        Aqueles que representam os servidores não se preocupam em explicar esta relação de parceria com o Estado. É um descaso.
        O interesse na desinformação é evidente. O tráfego que imaginamos horizontal por ser o mais justo é executado verticalmente; mas mesmo assim não alcança a extremidade oposta, literalmente oposta. Política canibalizada por interesses pessoais, não materializa comunicações de interesses coletivos.
        Centrais Sindicais espalham seus templos pelo país, cobram o dízimo, mas faz algum tempo que não acontece uma assembléia geral para dar conta dos últimos milagres. Oniscientes, não ouvem e, falam virtualmente através de mídias parceiras.
        Passam por momentos de crise existencial; evitam as praças, a impressão é que perderam a sensibilidade olfativa; o cheiro da massa, do gado parece-lhes estranho. A mutação que as transforma até com certa velocidade em próteses estendidas de algum gabinete climatizado afeta o sentido; direita, esquerda, transformam-se em movimentos organizados por setinhas indicativas do que lhes é mais conveniente.
        Mas as bandeiras estão sempre hasteadas em alguma mesinha, colocadas que são em reuniões de sindicatos menores, rigorosamente menores.
        Percebe-se um desinteresse dos “fiéis sindicalizados”, eles pagam o dízimo e com isso pensam que transferem responsabilidades. Os do templo usando da fraqueza fiel dos fiéis nadam de braçada, bancados pelo dízimo que acomoda consciências. O pensador pensou certo: A fraqueza é também uma estratégia.
        Neste caso acolchoar a canga não é um mero exercício para aliviar o peso para os bois; é mais sutil: Serve de adorno para aquilo cujo desejo é não perceber.





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