No pós contrato a parte mais cansativa esta feita: Somos bilhões de almas contidas. Acreditamos ser possível transpirar pela nossa cota de liberdade, renunciando a um estado de natureza sem subordinação, para sermos súditos uns dos outros em sociedade. Dizem ácidas línguas que prevaleceu a lógica do mais frágil, por ser menos forte obrigou-se a usar mais a razão e com habilidade colocou os brutos a seu serviço.
A impressão é que voltamos para um estado de natureza institucionalizado: a lei existe mas é ignorada. Isto me faz pensar que o exercício da razão necessariamente não nos transforma em indivíduos melhores ou preocupados com a preservação da espécie, refinando: com a preservação do outro. Se chegamos a este ponto é preocupante porque nós somos a espécie, se individualizamos a preservação aceleramos o nosso fim.
Percebo momentos de uma crueldade intelectual muito grande, onde o racionalismo intelectualista canibaliza aquilo que é racional. Nos tornamos prudentes para driblar a punição.
Por mais paradoxal que possa parecer é necessário obedecer para ter direito a desobediência e da forma como as coisas estão se desenvolvendo obedecer não está sendo algo que nos fortaleça ou favoreça, ou seja, esta cota de liberdade não está sendo distribuída com justiça.
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