Alguns conhecidos em Brasília,
aposentados, são executivos por hobby, sofrem com os efeitos das mudanças. Esta
coisa de mudar leva em conta o tempo que se quer permanecer no lugar. Estes
conhecidos planejaram ocupar uma residência maior, mais arejada e com muitos
acessórios que os auxiliariam a viver com conforto, segurança e muita diversão.
O tempo estimado de permanência seria em torno de 30 anos, um período considerável
e este fator requeria algumas providencias quando pensa-se naquela coisa
subjetiva de moldar o local a sua imagem (o imóvel desejado sempre teve
moradores de longa estada e todos usavam esta máxima). Vocês não imaginam o sofrimento
que é desaparelhar, substituir tudo aquilo que foi concebido por outra ocupante
família, o processo é de quase demolição; os vizinhos querendo ou não sentem o
agônico prazer dos da casa grande. O reaparelhamento é demorado, dos trinta
anos previstos uns doze talvez um pouco mais sirva para deixar a casa em ordem
e muitas vezes por falta de intuição alguma coisa não fica bem encaixada e a
previsão de temporada de trinta anos antecipa-se. Custa muito dinheiro tudo
isto e fazer caixa para manter a execução desta obra requer um esforço tremendo
da família toda, passam dia pensando como. Ignorando por completo todo o entorno
se isolam em conchas. Mas dizem eles que a causa vale a pena, embora alguns não
lembrem que causa é esta; os efeitos a ideia é administrá-los ao longo da
estadia prevista. Ficam tão envolvidos com reforma de mobiliários não percebem o
movimento da vizinhança também empenhada em derrubar os muros amarelecidos e mudar
a cor do seu próprio lugar. Para morar tanto tempo no mesmo trecho a vizinhança
toda tem que ser bem compreendida se não tem que mudar né mesmo!
Júlio César de Carvalho Jota
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