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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O paço sem passo ou o passo do paço.


Pensando na bolsa de valores e suas variações, daí pintou uma pergunta, por que emissoras de televisão aberta se preocupam tanto em massificar os índices econômicos, índices esses que tem uma certa complexidade, pois mencionam agentes formadores dessa opinião que a grande massa não conhece, não sabe da sua existência, embora de forma quase subliminar abasteçam-se com esse mar de números.
Corte rápido para as eleições; ao som dos batidões dos carros de sons dos candidatos penso o eleitor enquanto investidor em um negócio particular. Os políticos tornaram-se corretores e oferecem produtos de forma personalizada. Uns prometem soluções no trânsito, não a mobilidade necessária para o cidadão, mas a paralisação da cobrança de multas e o embargo das que já foram lavradas. Outros prometem vagas nas escolas públicas, não a solução para o problema da escassez de vagas na cidade, mas a promessa de que o investidor terá a vaga para o seu filho garantida. Tem aqueles que prometem resolver as questões de iluminação pública que de certa forma minimizariam a violência, não a solução para o bairro ou setores da cidade, mas a colocação de uma lâmpada poderosa no poste do padrão daquele que investe em seu nome. E o que diz resolver as filas nos postões de saúde, mas não é com construções, aparelhamentos e mão de obra qualificada de novas unidades; ele promete para aquele que investe senhas para facilitar o acesso às filas. E os Centros Culturais, praças, parques, locais para que o cidadão se relacione; são substituídos por canchas de futebol nas quais o investidor terá passe livre para bater sua bolinha. E por aí vai.
Nessa o futuro rei do paço fica tranquilo; porque as soluções são individuais, uma lampadinha aqui, um campinho ali, uma vaguinha na escola, Tem município que os corretores se elegem com 300 votos. É de uma morbidade.
Esse eleitor/investidor é de uma fidelidade imensa a seus interesses particulares, quando percebe que o seu investimento não vai ter retorno, imediatamente migra para outra possibilidade que lhe pareça mais vitoriosa.
Percebi que a relação é individual entre corretor e investidor. Quando ouço algum comentário dos que operam com o marketing dos corretores dizendo que precisam injetar mais dinheiro no negócio, percebo que a marca tem que estar amplamente amparada pelos índices que lhe dão credibilidade, senão às ações despencam e a debandada é geral.
A forma como uma comunicação mal intencionada se materializa é coisa, também, de gênio.
O paço sem passo ou o passo do paço.

Júlio César de Carvalho Jota
Filósofo

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