Pensando na bolsa de valores e suas
variações, daí pintou uma pergunta, por que emissoras de televisão aberta se
preocupam tanto em massificar os índices econômicos, índices esses que tem uma certa
complexidade, pois mencionam agentes formadores dessa opinião que a grande massa
não conhece, não sabe da sua existência, embora de forma quase subliminar
abasteçam-se com esse mar de números.
Corte rápido para as eleições; ao som
dos batidões dos carros de sons dos candidatos penso o eleitor enquanto
investidor em um negócio particular. Os políticos tornaram-se corretores e
oferecem produtos de forma personalizada. Uns prometem soluções no trânsito,
não a mobilidade necessária para o cidadão, mas a paralisação da cobrança de
multas e o embargo das que já foram lavradas. Outros prometem vagas nas escolas
públicas, não a solução para o problema da escassez de vagas na cidade, mas a promessa
de que o investidor terá a vaga para o seu filho garantida. Tem aqueles que prometem
resolver as questões de iluminação pública que de certa forma minimizariam a
violência, não a solução para o bairro ou setores da cidade, mas a colocação de
uma lâmpada poderosa no poste do padrão daquele que investe em seu nome. E o
que diz resolver as filas nos postões de saúde, mas não é com construções, aparelhamentos
e mão de obra qualificada de novas unidades; ele promete para aquele que
investe senhas para facilitar o acesso às filas. E os Centros Culturais,
praças, parques, locais para que o cidadão se relacione; são substituídos por
canchas de futebol nas quais o investidor terá passe livre para bater sua
bolinha. E por aí vai.
Nessa o futuro rei do paço fica
tranquilo; porque as soluções são individuais, uma lampadinha aqui, um campinho
ali, uma vaguinha na escola, Tem município que os corretores se elegem com 300
votos. É de uma morbidade.
Esse eleitor/investidor é de uma fidelidade
imensa a seus interesses particulares, quando percebe que o seu investimento
não vai ter retorno, imediatamente migra para outra possibilidade que lhe
pareça mais vitoriosa.
Percebi que a relação é individual entre
corretor e investidor. Quando ouço algum comentário dos que operam com o
marketing dos corretores dizendo que precisam injetar mais dinheiro no negócio,
percebo que a marca tem que estar amplamente amparada pelos índices que lhe dão
credibilidade, senão às ações despencam e a debandada é geral.
A forma como uma comunicação mal intencionada
se materializa é coisa, também, de gênio.
O paço sem passo ou o passo do paço.
Júlio César de Carvalho Jota
Filósofo
Júlio César de Carvalho Jota
Filósofo
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